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2009


Portefólio Reflexivo de
       Aprendizagens




              Laurentino João
              Cardoso de Barros
              28-05-2009
ÍNDICE




         IDENTIFICAÇÃO


             PESSOAL


  Laurentino João Cardoso de Barros



 DATA DE NASCIMENTO: 1 de Junho 1973



                        2
 NATURALIDADE: Lugar do Reguengo


        Freguesia de Alfena

        Concelho de Valongo

 Nº IRMÃOS: 11


 ESTADO CIVIL: Casado


 IDADE: 35 Anos


 FILHOS: 1 filha


 HABILITAÇÕES ESCOLARES: 6º Ano de Escolaridade


 ACTIVIDADE     PROFISSIONAL: Empresário na área da

  serralharia

 INTERESSES:       Desporto,       teatro,   leitura   de   jornais   e

  revistas, passear e conviver com a família




                INTRODUÇÃO

                                3
RAZÕES DA INSCRIÇÃO NO PROCESSO DE RVCC-

                           SECUNDÁRIO




 Porque defendo a mesma ideia, que está associada ao slogan

  do programa Novas Oportunidades.




 Para ver reconhecidos e validados os conhecimentos que

  adquiri   ao    longo   do   meu   percurso   pessoal,   formativo   e

  profissional.




                                     4
A MINHA HISTÓRIA DE


VIDA


                 INFÂNCIA DOS 0 AOS 6 ANOS

     O meu nome é Laurentino João Cardoso de Barros, filho de

João Rodrigues de Barros e Esmeralda da Costa Cardoso.




                           Foto dos meus pais

     Nasci no lugar do Reguengo, freguesia de Alfena, concelho de

Valongo, no dia 1 de Junho 1973. Sou o 7º de 12 filhos: 7 rapazes e 5

raparigas. A minha infância, como quase toda a minha vida, foi

passada em Alfena. Posso dizer que apesar de ter uma família

numerosa e pobre, tive uma infância muito feliz. Visto que as

diferenças de idades, entre nós, irmãos, eram em média 1 ano, foi

favorável em termos de organização familiar.




                                    5
Vivia numa casa muito grande e com um grande terreno de

cultivo e pinhal, onde juntamente com os meus irmãos, amigos e

vizinhos brincávamos e aprendíamos uns com os outros. Com os mais

velhos, entre outras coisas, aprendi a fazer cabanas. Cortávamos

estacas, das Austrálias e das Mimosas, para fazer a estrutura da

cabana, amarravam-se com fios e cordas, depois com os ramos das

árvores cobria-se a cabana, de forma a ficar bem vedada.

      Brincávamos aos casais, os mais pequenos eram os filhos e

cada casal escolhia os seus. Fazíamos de conta que organizávamos

festas,   lanches.   Também,       organizávamos   jogos,   tais     como:

escondidas, cabra cega e caçadinhas.

      Como    é   normal   nesta    idade,   também   aprendi      algumas

traquinices, a minha preferida era fazer armadilhas. Recordo-me que

uma vez enchi um saco com pedras e meti-o por cima do tronco de

um sobreiro amarrado com um fio, para que, quando alguém se

aproximasse da minha cabana, pela parte da frente, tocava no ramo

que segurava o saco e levava com as pedras em cima da cabeça.

Certo dia tive azar, a minha avó que andava sempre a ver se

estávamos a fazer asneiras, foi ao pinhal aproximou-se da minha

cabana e levou com o saco das pedras na cabeça.

      Nesse dia levei uma tareia do meu pai e aprendi uma grande

lição. A lição que aprendi foi que podia brincar, mas sem fazer mal às

outras pessoas, ou seja, sem fazer asneiras. Naquele dia, podia ter

magoado a minha avó com gravidade. Esta situação fez-me entender




                                       6
que nós devemos respeitar toda gente, principalmente os mais

velhos.

          Nós adorávamos brincar ao ar livre, mas sabíamos que

tínhamos que cumprir certas regras: não podíamos estragar as terras

de cultivo da minha avó e não se podia cortar todas as árvores do

pinhal. A regra mais importante era que havia horas para brincar e

estudar.

         Aos 5 anos, tive uma breve passagem, de apenas alguns

meses, pelo infantário do centro social e paroquial de Alfena. No

início chorava muito, pois não gostava de ir para lá. Estava habituado

a gozar da liberdade e não compreendia porque tinha de ficar

fechado, ter de obedecer a regras e horários, se tinha casa para

estar.


         A LIBERDADE


         Conforme vamos crescendo, vamo-nos apercebendo de valores

importantes como é a liberdade.

         A liberdade é a capacidade que os indivíduos têm de escolher,

sem restrições, de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, em virtude

da sua determinação, sem interferir com a liberdade dos outros.

         A liberdade de cada um depende de muitos factores, ou seja, é

regulada pela organização política da sociedade, normas de conduta

e pressões sociais decorrentes das tradições, costumes e padrões

culturais predominantes nas comunidades onde vivemos.




                                       7
Em conclusão, a liberdade é a capacidade individual de

autodeterminação, caracterizada por conciliar a autonomia e o livre-

arbítrio com os múltiplos condicionantes naturais, psicológicos ou

sociais que impõem tendências ao agir das pessoas. É a capacidade

de pensamento, escolha e acção dos humanos, mas para que

vivamos numa sociedade harmoniosa, teremos sempre de respeitar

os outros e cumprir as regras prevista na lei.

      Nessa época, já éramos 10 irmãos e as dificuldades financeiras

eram muitas, apesar de os meus irmãos mais velhos ajudarem a

minha mãe monetariamente.

      Os meus irmãos também colaboravam com a minha mãe nas

tarefas domésticas, porque ela era muito doente e não podia tomar

conta de tantas crianças. Para além disso, ainda trabalhava em casa

e na confecção de roupa. De facto, foram tempos vividos com muitas

dificuldades.

      A minha mãe estava sempre doente, passava muito tempo

internada nos hospitais, com dores nas pernas, dificuldade no andar,

cansaço, dificuldades respiratórias e durante muitos anos pensava-se

ser tuberculose, no entanto, não era, e os médicos não sabiam qual a

sua doença.

      Por diversas vezes, a minha mãe esteve internada no Hospital

S. João, no Sanatório no Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia, e

no   Hospital   Joaquim   Urbano.   Contudo,     no   ano   1986,   foi-lhe

diagnosticada sarcoidose, uma doença rara que, quando lhe foi

diagnosticada, só havia conhecimento de dois casos em Portugal.


                                      8
INFÂNCIA DOS 6 AOS 12 ANOS


     Aos 6 anos entrei para a escola primária de Cabêda, em Alfena.

A minha primeira professora chamava-se Olinda, uma excelente

profissional, com quem aprendi muito.

     Guardo boas recordações da D. Olinda lembro-me dela com um

grande carinho, pois foi um pilar muito importante na minha vida.

     Estive com a professora Olinda até concluir a 3ª classe, ano em

que reprovei devido ao elevado número de faltas justificadas. O

motivo das faltas foi doença, na sequência de um acidente doméstico.

     O acidente doméstico ocorreu em casa, depois das aulas. Como

éramos muitos irmãos jogávamos à bola, uns descalços outros com o

que houvesse para calçar. O meu irmão mais velho, o José Carlos,

calçava uns tamancos/socas de madeira do meu pai, ao chutar a bola

soltou-se um tamanco do pé, foi pelo ar e caiu em cima da minha

cabeça. De imediato desmaiei e fiquei com um grande golpe na

cabeça.

     Após o sucedido, o meu pai levou-me a um enfermeiro que me

coseu a cabeça, mas o ferimento não foi bem tratado e infectou.

Penso que o enfermeiro se fosse um bom profissional teria rapado os

cabelos em redor da ferida e lavado com bastante água oxigenada ou

outro desinfectante, um procedimento que não teve. Também deveria

ter aconselhado os meus pais a levarem-me a um hospital para ser

observado por um médico. Assim sendo, o que aconteceu foi que o

                                     9
golpe foi piorando cada vez mais. Na sequência do acidente e da falta

de cuidados médicos fiquei com uma grande e feia infecção, que me

provocou muitas dores durante algum tempo. Constantemente a

infecção reaparecia, dirigia-ma à clínica, onde a lancetavam, mas

passados alguns dias surgia uma nova infecção, situação que se

repetiu por várias vezes. O local onde vivia era propício a infecções

devido às más condições financeiras, que se traduziam em higiene

deficiente e fraca alimentação. O meu pai tinha uma oficina de

serralharia em casa, local onde trabalhavam muitos empregados e

tinha    muito   trabalho,   mas   apesar   de   ganhar   muito   dinheiro,

infelizmente, também gastava muito.

        Estive sem frequentar a escola durante mais de 3 meses.

Quando lá regressei, ainda, tentei recuperar o tempo perdido, com a

ajuda da professora Olinda. Cheguei a ir alguns dias, depois das

aulas, para casa da professora que morava em Ermesinde, estudar

para tentar recuperar o ano, mas não foi possível e reprovei.

        No ano seguinte, fiquei na 3ª classe com a professora Luísa.

Não gostei muito desta professora porque era má, gritava e batia

muito nos alunos, era o oposto da professora Olinda, que era muito

boa para os alunos. Esta experiência permitiu-me aprender que duas

pessoas com a mesma profissão, apesar de desempenharem o

mesmo trabalho, procedem de forma diferente. Todavia, apliquei-me e

conclui a terceira e a quarta classe com sucesso e passei para a

escola preparatória.




                                       10
Frequentei a escola preparatória do Barreiro, em Alfena, onde

concluí o 5º e 6º ano. Gostei desta escola porque conheci novos

colegas e muitos professores. Na escola preparatória havia mais

liberdade e tínhamos muitos intervalos, mas tinha uma grande

desvantagem, a grande distância que separava a minha casa da

escola. Este factor fez com que tivesse de almoçar na escola e menos

tempo para fazer os trabalhos escolares.

     Com a idade que tinha já mostrava alguma responsabilidade e

depois das aulas, chegava a casa e ia para a oficina do meu pai

trabalhar. Na oficina do meu pai faziam-se bancos e mesas em tubo.

Normalmente, era eu que fazia as pernas dos bancos. Para as fazer

utilizava um balancé manual que tinha um molde em que se metia o

tubo que estampava e curvava até ficar em forma de U. Depois

uniam-se os dois U’s em cruz com soldadura de eléctrodo para fazer

as quatros pernas. De seguida, fazia quatro furos em cada banco com

o berbequim, para apertar com parafusos o tampo de madeira. A

seguir, com uma pequena rebarbadora, rebarbava as soldas e

rebarbas dos tubos para não magoar as mãos.

      Costumávamos fazer, também, grades e portões de ferro. Para

este tipo de trabalho eu cortava cantoneiras, barras, ferros t e ferros

U numa grande tesoura com o molde do próprio ferro. Também usava

a forja com carvão para aquecer o ferro em brasa, para puder fazer

as peças decorativas das grades e portões.

      A determinada altura, preferia mais trabalhar na oficina, do que

fazer os trabalhos de casa. Ainda me lembro, como se fosse hoje,


                                     11
que no final do primeiro mês de trabalho na oficina, nas férias de

verão, fui surpreendido pelo meu pai com um envelope que continha

duas notas de quinhentos escudos. Fiquei felicíssimo e comecei a dar

mais valor ao dinheiro e importância ao trabalho.

     Naquele tempo tudo era manual, havia poucas máquinas, mas

eu não me importava. Eu gostava de experimentar e trabalhar com as

máquinas que existiam. Com 11 anos já cortava ferro, fazia furos,

rebarbava e soldava ferro.

     Além de ajudar o meu pai na oficina, trabalhava no campo com

a minha avó e os meus irmãos mais velhos. Nós criávamos alguns

animais para o consumo doméstico, tais como: galinhas, patos,

porcos, coelhos e tínhamos um viveiro com rolas e pássaros.

Tínhamos coelheiras e galinheiros feitas em madeira, onde se

criavam coelhos, galinhas, patos e, onde nasciam novas crias.

Existia, também, uma corte para os porcos passarem a noite e os dias

de Inverno com muita chuva. Nos dias de sol, as galinhas, os patos e

os porcos andavam à solta no quintal. Eram criados em liberdade, o

que fazia com que as carnes fossem mais saudáveis e de melhor

qualidade.

     A minha experiência na agricultura e pecuária fez-me nutrir o

gosto pela vida rural. Ainda hoje mantenho a minha horta, onde

cultivo as minhas sementes e verduras, tenho também o meu

galinheiro com galinhas, coelhos, patos e duas cabras.

     Fui uma criança que cresceu um pouco à força, mas feliz. Na

minha infância estudei, trabalhei e apesar de todas as adversidades


                                     12
da vida, conclui o ensino preparatório com distinção, porque era bom

aluno.

        Todos os anos, em Fevereiro, alugo um tractor agrícola, para

lavrar e fresar as terras. Actualmente, tudo isto é possível, graças a

uma grande evolução, que tem havido nos equipamentos agrícolas,

nomeadamente nas máquinas e alfaias agrícolas, como, por exemplo,

as fresas a estrutura das fresas é fabricada em aço macio, um

material ferroso e que contem no máximo, 0.3 % de carbono e outros

elementos considerados como impurezas. O aço é fácil de trabalhar,

manualmente ou à máquina, solda-se facilmente e é caracterizado

pela baixa tensão de rotura e elevada ductilidade, trabalhado a frio

aumenta a resistência e reduz a ductilidade, que pode ser recuperada

por recozimento.

         As facas da fresa, também, são fabricadas em aço, para

garantir uma maior resistência ao choque e ao desgaste, podem ser

submetidas a tratamentos térmicos, particularmente à têmpera, um

tratamento térmico que confere mais dureza ao aço. O processo

consiste no aquecimento de uma peça a uma elevada temperatura,

designada       por   temperatura   de   têmpera.   A   peça   é   arrefecida,

rapidamente, em seguida, ao ser mergulhada num fluído como a

água,    óleo    etc.,   quando   temperado,   obtém-se    uma     peça   com

superfície dura e resistente ao desgaste.




                                          13
Alfaia agrícola (fresa)

     A terra é lavrada e fresada, manualmente, com a enxada, são

abertos os regos na terra e semeio batatas, favas, ervilhas, feijão

entre outros produtos. Também, abro os regos com a enxada, planto

couves, tomateiros, pimenteiros, pepinos e cebolo.

     À   medida   que   os   produtos    agrícolas     vão   crescendo,   as

plantações são regadas e tratadas. Removo as ervas daninhas, mexo

a terra e aconchego-a às plantas com uma pequena enxada ou sacho.

No momento certo, costumo deitar os produtos químicos, tais como,

sulfato, venenos para escaravelhos e caracóis, necessários para que

a horta cresça, sem nenhum problema. Tal como, a minha avó dizia: “

fazer os deveres à horta”.

     Como sou uma pessoa que se preocupa com o meio ambiente,

esforço-me por preservá-lo. Sempre que utilizo pesticidas, manuseio

as embalagens com precaução e leio com muita atenção os rótulos

dos produtos. Assim sendo, considero que tomo todas as precauções

necessárias.

     Na preparação das caldas dos pesticidas, lavo muito bem as

embalagens vazias e guardo-as em local seco, fora do alcance das

crianças. No final de todos os tratamentos feitos às plantações, faço


                                        14
a entrega das embalagens vazias, na Cooperativa de Agricultores de

Valongo, onde são organizadas, anualmente, campanhas de recolha

de embalagens vazias de produtos químicos utilizados na agricultura.

     Campanha de Recolha de Embalagens Vazias

de Produtos Fitofarmacêuticos



     PRÓXIMO PERÍODO DE RECOLHA: 2 DE MAIO A 2 DE

JUNHO DE 2009




     Na preparação da calda utilizo a água da lavagem das

embalagens, para não a escoar na terra. Tenho muito cuidado no seu

armazenamento, coloco-a em local seco, arejado e, principalmente,

fora do alcance das crianças e animais. Deste modo, evito a

contaminação dos caudais de água. Também, preocupo-me em não

fazer queimadas, com as ramas das plantações e a poda das árvores.


           ADOLESCÊNCIA DOS 13 AOS 18 ANOS


     Com 13 anos de idade, feitos recentemente e após sair da

escola, comecei a trabalhar com o meu pai, primeiro na sua oficina e

depois na montagem de portas e janelas nas obras.

      A montagem de portas e janelas era um trabalho diferente,

daquele que fazia na oficina. As janelas e as portas chegavam às

obras nos camiões e, eram descarregadas e distribuídas pelos vários

andares   dos   edifícios.   Depois,   colocávamos,   individualmente,

mástique na ombreira e soleira da janela ou porta, para esmagar com


                                       15
o alumínio, de modo a obtermos uma boa vedação. Em seguida,

fazíamos os furos nas ombreiras, com um berbequim de furar pedra e

apertávamos os parafusos. Quando a janela ou porta estava bem fixa,

procedia à sua vedação, com mástique e efectuava os acertos finais.

       Na época, estabeleci contactos com outras pessoas, ligadas à

área   da       serralharia    e    construção    civil,   pessoas     com    vastas

experiências pessoais e profissionais. Estes novos contactos foram

bons para mim, porque aprendi a relacionar-me mais e melhor com as

outras pessoas e, também, a conhecê-las.


       O ALCOOLISMO


       Entretanto,      o     meu    pai   devido    a     problemas    de   saúde,

relacionados com o álcool, teve um esgotamento e foi internado no

Hospital Conde Ferreira. Esta doença condicionou, de certa forma,

todo o seu futuro.

       Durante muitos anos, convivi, indirectamente, com um caso de

alcoolismo. No início, a família não colocava a hipótese de ser tratar

de alcoolismo. Apenas, achávamos que o meu pai bebia um pouco

demais      e    justificávamos     como    causas       mais   prováveis    para   o

problema, questões de ordem financeira e emocional.

       Com o passar dos anos, após alguns internamentos e às

situações a agravarem-se, começámos a aceitar o facto de o meu pai

ter um problema grave de alcoolismo, uma doença que o começou a

atacar de uma forma lenta, disfarçada e que o levou à destruição.




                                             16
Não só lhe afectou o corpo, como também a mente, a família e a sua

vida social.

      Quando alguém é dependente do álcool, é-lhe muito difícil viver,

sem a sua regular ingestão, porque o organismo fica dependente

desta substância.

      O consumo excessivo do álcool acarreta graves consequências

para saúde do doente e da sua família, também é o grande causador

da maioria dos acidentes de trabalho e viação. As consequências

mais comuns na saúde são a cirrose hepática e ascite, conhecida por

barriga de água, entre outras.

      Hoje em dia, penso que o alcoolismo é um problema grave que

existe na nossa sociedade não só nos homens, mas entre as

mulheres e, cada vez mais, nos jovens.

      As pessoas bebem bebidas alcoólicas, porque estão contentes

ou querem ficar e pensam que agindo desta forma são bem aceites

pela comunidade. A explicação está no facto de o álcool provocar

desinibição.

      O alcoolismo é uma dependência que apenas com muitas

campanhas de prevenção e sensibilização, principalmente, junto das

camadas mais jovens da população, é que poderá vir a ser

erradicada.




                                    17
O     QUE     APRENDI       NA        SERRALHARIA        LEONEL


BARANDELA

     O meu irmão mais velho, o José Carlos, com 19 anos de idade,

abandonou a empresa e levou-a ao encerramento, por não se sentir

preparado para avançar com o negócio do nosso pai.

     Dadas as circunstâncias, fui trabalhar para uma empresa de

serralharia no Porto, a Leonel Barandela, Lda. Estive ao serviço da

empresa, aproximadamente, três anos, local onde aprendi a trabalhar

com maquinaria moderna, nomeadamente com a máquina de corte de

disco, semi-automática; a máquina de cravar cantos das esquadrias

das caixilharias; a máquina de fresar e a máquina de fazer curvas em

alumínio lacado ou anodizado. Para além destas, utilizava a máquina

de corte, de disco, semi-automática, em que se colocava o perfil com

seis metros, encostava no batente com a medida a cortar, carregava

num botão e o disco subia, automaticamente, para efectuar o corte.

     A máquina de fresar, também ela, semi-automática, em que se

colocava o perfil na posição a fazer os rasgos para fechaduras,

dobradiças, fechos e furos. Então, colocava os batentes de matriz e a

máquina automaticamente efectuava todos os rasgos e entalhes.

     Na máquina de cravar cantos das esquadrias das caixilharias,

colocava-se   um   canto   em   alumínio    maciço,   no   interior   das

esquadrias, que encostava na matriz, carregava no pedal e o canto

era cravado com uns punções que se faziam movimentar, através de

uma bomba hidráulica.



                                      18
A máquina de fazer curvas em alumínio lacado ou anodizado

funcionava com rolos de nylon, para não arranhar o alumínio, os rolos

eram ajustados em função do perfil e do raio de curva a fazer. Assim,

carregava num pedal que fazia movimentar os rolos, para traz e para

frente, e o perfil deslizava de forma a ganhar a curva.

      Toda a maquinaria que utilizei era adequada para a concepção

de caixilharia de alumínio, tais como janelas, portas, marquises bem

como outras peças de serralharia.

      As caixilharias que, anos antes, eram feitas de matérias-primas

como a madeira e o ferro, por serem mais baratas, passaram a ser

feitas, cada vez mais, em alumínio, porque garante mais durabilidade,

um melhor isolamento térmico e acústico, sem necessidade de

tratamentos posteriores, como pinturas e envernizamento.

      Nos dias de hoje, já existem melhores caixilharias, concebidas

com novos perfis de ruptura térmica e com a possibilidade de opção

por cores diferentes, no interior e exterior.

      Foi na empresa Leonel Barandela, Lda., que comecei a

desempenhar, nas obras, algumas funções de responsabilidade, tais

como: recepcionar e conferir materiais, como, por exemplo, caixilhos,

massas de vedação, acessórios e ferramentas que chegavam à obra

com a respectiva guia de transporte e de serviço; tinha de identificar

através dos desenhos de projecto da especialidade o que se ia

aplicar nos caixilhos, se era de abrir, de correr ou fixo, bem como a

posição de abertura das portas e janelas; efectuar contacto com o

encarregado geral da obra, de forma a tomar conhecimento do


                                       19
funcionamento da obra e das normas de segurança no local de

trabalho; distribuir as tarefas a efectuar pelos restantes colegas de

trabalho; e dar diariamente conhecimento à empresa do andamento

dos trabalhos.

       O voto de confiança dado pelo meu patrão, deveu-se à

experiência que tinha adquirido com o meu pai e irmãos mais velhos.

O meu patrão atribui-me a responsabilidade das montagens das

caixilharias de alumínio nas obras dos edifícios, em vila d’este, em

Vila Nova de Gaia, entre outras.


       ENTRADA PARA A EMPRESA BERNARDO COUTO


       Na época, como já demonstrava ser muito responsável e com

capacidade para executar qualquer trabalho fui convidado para

trabalhar noutra empresa, a ganhar o dobro do salário. Esta empresa,

a Bernardo Couto Lda., com sede no Monte da Caparica, no Concelho

de Almada, estava ligada ao ramo da construção civil e obras

públicas.

       Antes de aceitar a proposta, fui falar com o meu patrão, o Sr.

Leonel e expliquei-lhe as minhas razões, ou seja, que pretendia ir

mais    além,    ganhar   mais     dinheiro,   mais   experiência,   mais

conhecimento,     conhecer   novas     pessoas   e    outros   lugares   e,

principalmente, aprender a fazer outros trabalhos.

       O Sr. Leonel até me ofereceu mais dinheiro, mas as questões

monetárias, como já referi, até nem eram as mais importantes, e

perante tais fundamentos o meu patrão ficou convencido com os


                                       20
meus argumentos e com a minha determinação em mudar. Achou que

fui sincero e que era digno desta nova oportunidade, assim sendo,

prescindiu do comprimento do tempo de dois meses a dar à casa,

com o acordo de eu prescindir de ser ressarcido de alguns dos meus

direitos e pagando-me apenas os subsídios de férias e de Natal do

ano a decorrer. Mas, apesar de tudo, deixando-me a porta da sua

empresa sempre aberta, a um possível regresso da minha parte. O

que não se chegou a verificar, mas ainda hoje tenho boa relação com

o Sr. Leonel Barandela.

     Na nova empresa Bernardo Couto Lda. trabalhava o meu

cunhado Orlando Nova e, um irmão mais velho, o António João.

Estive na empresa durante ano e meio, e desempenhei várias

funções. Fui soldador na Siderurgia Nacional e na Quimigal, durante

empreitadas de manutenção, chamadas de paragens em sectores

específicos de produção das fábricas.

     No caso concreto, da Siderurgia Nacional, em paragens de uma

semana, trabalhávamos 24 sobre 24 horas, de modo a ser feito o

mais rápido possível. Uma vez que parava um forno e toda linha de

lingotes de ferro, para ser feita a manutenção e reparação das

estruturas, carros de transporte e tapetes e carril das pontes rolantes.

Onde com soldadura, fazia o enchimento e correcção, pois derivado

ao calor existia um maior desgaste dos materiais circundantes ao

forno e ao transporte dos ferros em brasa.

     Na Quimigal, as empreitadas eram, principalmente, quando por

avaria dos silos, rolos dos tapetes de transporte e enchimentos de


                                     21
adubos e outros químicos, tínhamos de trabalhar dias e noites

seguidos, se necessário, para fazer as reparações, de forma a

minimizar os prejuízos da paragem. Este trabalho era um pesado,

mas melhor renumerado.

      Nestas empreitadas, só utilizei a soldadura com eléctrodos

revestidos, pois na época, ainda, eram poucas as empresas com

equipamentos para todo o tipo de soldaduras, por serem muito caros

os postos de soldadura. Contudo, ao longo dos últimos anos, fui

adquirindo conhecimentos para a utilização de todos os equipamentos

que executam todos os tipos de soldadura.

      Ao serviço desta empresa, aprendi e trabalhei com várias

máquinas pesadas, tais como tractores, retroescavadoras, moto

niveladoras, autobetoneiras e gruas.

      Para operar com estas máquinas, assisti a várias acções de

formação no local de trabalho, dadas pelos técnicos da marca e pelo

pessoal da empresa.

      As formações tinham como objectivo a boa utilização das

máquinas, ensinavam-nos a conhecer e a respeitar as normas que

garantiam a segurança dos equipamentos, operadores, terceiros e

bens existentes no local.

      A utilização das máquinas exigia o respeito das normas de

segurança, previstas para termos em consideração antes da sua

utilização e para isso tinha sempre de consultar o livro de instruções.

Este guia ensinou-me como testar a pressão dos pneumáticos; a fazer

a   verificação   do   bom   estado   dos   engenhos   de   trabalho;   nas


                                       22
manobras, a evitar movimentos bruscos e a manter ligadas as luzes

de indicação de máquina em movimento; a usar cinto de segurança;

e, capacete de protecção.

     A empresa Bernardo Couto Lda. estava mais vocacionada para

obras públicas, aterros e desaterros. Eram, essencialmente, obras de

duas a quatro semanas. Por exemplo, em certas ruas, era necessário

passar cabos e tubagens para a rede de telecomunicações e eu

costumava operar nessas obras, com várias máquinas diferentes.

Tanto usava o tractor, com um engenho de furar terra para a

colocação de postes; a moto niveladora para a nivelação de terras

nas estradas, ruas e caminhos de passagem de cabos e tubos; como

a retroescavadora para abrir e tapar as valas de passagem dos cabos

e tubagem; usava a auto betoneira, onde se fazia a massa e

transportava para construção e reparação de passeios; bem como

gruas para descarga de materiais pesados e a máquina de alcatrão

betuminoso, onde se colocava o bidão de 200 litros de alcatrão numa

caldeira para aquecer e derreter, que depois com a gravilha, ou seja,

com pequenas pedras se tapava os buraco nas ruas.




                               ADULTO


     Quando fiz 18 anos comecei a tirar a carta de condução.

     Como estava a trabalhar no sul do país, vinha ao norte ao fim-

de-semana, apenas uma vez por mês. A minha namorada vivia em



                                    23
Ermesinde e comecei a ficar cansado da vida longe de casa e com

saudades da namorada e da família.

      Entretanto, faleceu o pai da minha namorada Mónica, hoje

minha mulher, porque já estava doente há algum tempo. Este

acontecimento influenciou e acelerou, de certa forma, o meu regresso

ao norte.

      Resolvi voltar às origens e fui trabalhar para a serralharia da

fábrica da igreja de Alfena, durante alguns meses. Enquanto lá estive,

tirei a carta de condução, na escola de condução valonguense, em

quatro meses.

      Na época, trabalhava na fábrica da igreja durante o dia e à

noite em casa, num pequeno espaço. Comecei a fazer alguns

serviços de serralharia para pessoas conhecidas e como o meu

trabalho foi reconhecido, comecei a angariar novos clientes e muito

trabalho para fazer.


      EMPREENDORISMO I


      O reconhecimento do meu trabalho, levou a que no início do

ano de 1992 ficasse em casa e criasse uma empresa em nome

individual, na área de serralharia.

      Com o objectivo de iniciar actividade, desloquei-me ao serviço

de   finanças   de     Ermesinde,     onde   tomei   conhecimento   dos

procedimentos a ter. Com a ajuda de um contabilista, reuni toda a

documentação necessária e ultrapassei todas burocracias próprias do

nosso sistema fiscal, que naquele tempo eram muito maiores do que


                                       24
hoje e, assim, nasceu a serralharia de construção civil de Laurentino

João Cardoso de Barros.

       Como no primeiro ano a facturação prevista não era superior a

2000    contos,   iniciei   a   actividade    no    regime     de   isenção   do

Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA), no entanto, no ano

seguinte passei ao regime de IVA, a ser cobrado ao cliente. Na

época, o imposto era 16%, taxa que tem sofrido vários aumentos, por

parte da administração fiscal, nos últimos anos.

       O negócio cresceu em pouco tempo e fui forçado a recrutar o

meu irmão Júlio José para trabalhar comigo. O Júlio tem menos três

anos do que eu e, actualmente, é meu sócio.

       Fui adquirindo maquinaria, pois da oficina do meu pai não

restou nada, inclusive as instalações, que foram alugadas, alguns

anos antes, a um indivíduo para uma oficina de automóveis.

       O negócio da serralharia cresceu rapidamente e fui ampliando

as instalações, já que terreno não faltava na casa dos meus pais.

       Esta fase da minha vida foi muito complicada, porque passei

por muitas dificuldades. Como era jovem tive muitos falsos amigos

que    tentaram   desviar-me     para   maus       caminhos.    Propunham-me

grandes negócios duvidosos e de risco elevado, também, aliciavam-

me para comprar carros, jogar e a frequentar bares nocturnos. Mas

não me deixei influenciar, porque já tinha assistido à queda da

empresa do meu pai, por causa de não ter tido cabeça e ter sido

influenciado pelos falsos amigos. A experiência de vida do meu pai




                                         25
serviu-me de exemplo a não seguir e decidi que não queria acabar

como ele.


     SERVIÇO MILITAR


     O ano de 1992 foi muito importante, pois passei por várias

experiências, umas boas e outras más. Criei e desenvolvi a empresa,

mas no final do ano soube que iria cumprir o serviço militar

obrigatório. Esta situação foi muito estranha para mim, porque nas

listagens afixadas na sede da junta de freguesia, entre tantos jovens

meus colegas de escola e infância, fui o único a ir cumprir serviço

militar. Ainda por cima, tinha de me apresentar no dia 11 de Janeiro

de 1993, no Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS).

      Tive pouco mais de duas semanas para me habituar à ideia de

ir cumprir o serviço militar e para resolver o problema do trabalho que

tinha para realizar, que era bastante. O serviço militar não foi mau de

todo, pois aprendi muito. O RALIS era um regimento de formação de

condutores, apliquei-me nas aulas de condução teórico-práticas e de

mecânica, acabei por tirar a carta de condução de pesados e

autocarros, com alguma distinção,

     Passada a fase da recruta que durou onze semanas, fui

destacado para cumprir o restante serviço militar no quartel de

Queluz. Neste quartel fiquei, então, destacado para condutor de

serviço de transporte de militares graduados num autocarro de

carreira diária com a volta de Setúbal.




                                     26
Como condutor do autocarro tinha a responsabilidade de, ao fim

do dia, levar os militares residentes na margem sul do Tejo, ou seja,

da Costa da Caparica até Setúbal e pernoitava no quartel da Trafaria,

no   concelho      de   Almada.    Também,    neste   local   a   viatura   era

parqueada.

      Na manhã do dia seguinte, por volta das seis horas, fazia a

volta no sentido contrário. Realizei esta tarefa até ao final do meu

serviço militar.




                                                  Foto de militar.



      O meu irmão Júlio José que trabalhava comigo, só tinha 16

anos e, embora, soubesse fazer o trabalho, porque era como eu

aprendia muito bem, havia um problema, não tinha idade para ter

carta de condução e para se deslocar às obras.

      Sabia que não podia contar com o meu pai, que tinha a saúde

muito debilitada, para a resolver problemas, nem com os meus irmãos

mais velhos que já tinham os seus empregos e tive que admitir um

funcionário,    para    conduzir   a   carrinha   com   os    materiais     nas

deslocações para as obras, durante os dias de semana.


                                         27
Ao fim-de-semana, não era necessária a colaboração do

funcionário, porque eu regressava ao final da tarde de sexta-feira.

Trabalhava na noite do dia da chegada, no sábado, durante todo o dia

e, às vezes, ao domingo para conseguir fazer as obras.


     ORÇAMENTOS


     Para além das tarefas de um serralheiro, também, fazia

orçamentos. Após o primeiro contacto com o cliente que me pedia um

orçamento, deslocava-me ao local da obra, para fazer as medições do

trabalho a realizar. Regressava a casa e na oficina fazia um

levantamento dos materiais necessários para a execução do trabalho,

bem como, o tempo da mão-de-obra dispendida na fabricação e

montagem.

     Na elaboração do orçamento somava as despesas, como a luz e

o desgaste das máquinas, posteriormente, acrescentava uma margem

de lucro de 30%, o respectivo IVA e chegava ao valor total.

     Num livro de orçamentos escrevia, manualmente, a descrição

da obra, assim como o seu valor, colocava as condições de

pagamento e prazos para conclusão dos trabalhos, assinava e

colocava o carimbo.

     Por último, o orçamento era entregue em mãos ao cliente que,

às vezes, decidia na hora e outras optava por me contactar

posteriormente. Também, visitava os clientes, preparava e planeava o

serviço a realizar durante a semana.




                                       28
Na    minha     vida   privada,   também   elaboro    orçamentos,

nomeadamente o orçamento do meu agregado familiar.

     As   receitas   referem-se,   essencialmente,   aos   vencimentos

salariais, o meu e o da minha mulher.

     As despesas são divididas em dois tipos, as despesas fixas e

as despesas variáveis.

      As fixas são aquelas que ocorrem todos os meses, e por isso,

são previstas com antecedência. Por exemplo: a ama da nossa filha,

a alimentação, a água, a luz, o gás, as comunicações (telefones e TV

por cabo), gastos com combustível, manutenção e limpeza jardins.




                                       29
Orçamento Familiar

      RECEITAS
      As Vencimentos
         variáveis serão aquelas que não ocorrem todos os meses, e
      Laurentino Barros          1.260 €
      Mónica Martins             656 €
         Abonos
      Andreia Barros             31 €
      Total rendimentos          1.957 €

     DESPESAS
Despesas

fixas
Alimentação, Supermercado,

Talho, Peixe                       400 €
Produtos Higiene e Limpeza         100 €
Ama – Andreia                      80 €
Água                               40 €
Gás                                20 €
Electricidade                      70 €
Comida do Cão                      60 €
Seguros                            27 €
Telefones + TV Cabo +

Internet                           80 €
Jardim     Manutenção        e

Limpeza                            80 €
Quotizações a Associações          17 €
Combustível                        65 €

Despesas

variáveis
Compra de Roupa                  120 €
Ida ao Cinema, Teatro e

Exposições                       70 €
Assistir a    Jogos     de

Futebol                          80 €
Compra de CDs, DVDs,

Livros e Revistas                60 €
Manutenção Automóvel             70 €
Idas ao Cabeleireiro             35 €
Saúde      Consultas     e

Tratamentos                      90 €
Restaurantes                     14030€
     Total das Despesas          1.704 €
POUPANÇAS
Como a minha família é constituída por três elementos e com

diferentes     necessidades      individuais,   as   despesas     têm    de     ser

planeadas em conjunto. Tendo em conta o nosso orçamento familiar,

frequentemente, em reuniões de família projectamos, discutimos e

decidimos conforme as medidas a tomar.

        Temos em sempre em consideração, as várias possibilidades de

novos      investimentos,    mas   consideramos      em    primeiro     lugar   as

despesas prioritárias, tais como, a educação, a formação, o bem-

estar e a saúde da família. Deixando, assim para segundo plano, os

desejos e as outras necessidades supérfluas de cada membro da

família.

        Com a colaboração de todos os membros da família, chegamos

a um consenso, em relação às nossas necessidades e alcançamos,

da melhor forma possível, os nossos objectivos do orçamento, sem

nos esquecermos da nossa estabilidade financeira.

        Alcançados os nossos objectivos do orçamento e após análise,

fazendo algum esforço financeiro e reduções em algumas despesas

pontuais, poderíamos subscrever um PPR- plano de poupança

reforma.

        Assim, dependendo da instituição e do produto que se quer

pode-se      subscrever     um   PPR   com      apenas    150€,   reforçando     a

poupança com entregas periódicas mínimas mensais de 50€. As taxas

de juros garantidas resultantes deste tipo de poupança, podem rondar

os 2.5% e os 3%, conseguindo-se assim, cada vez mais, um




                                          31
importante complemento á reforma, a fim de se evitar depender ou

usufruir dos rendimentos dos filhos no futuro.

          No caso concreto da minha família, não subscrevemos nenhum

tipo de PPR porque estamos a fazer outras poupanças, no sentido de

fazer obras de ampliação da nossa casa, em virtude do projecto

actual, que é a de ter mais um filho, mas é uma possibilidade no

futuro.

      Actualmente, os únicos produtos que temos numa instituição

bancária pertencem à nossa filha, uma conta a prazo, poupança caixa

projecto. O capital só pode ser levantado quando a nossa filha tiver

18 anos. Nesta poupança, colocamos o abono a crianças e jovens,

bem como as ofertas por parte dos familiares e amigos que são feitas

à Andreia, no seu aniversário e épocas festivas. Estas aplicações irão

proporcionar um melhor futuro à nossa filha.


      CASAMENTO


      Dois anos mais tarde, como já namorava há algum tempo,

resolvi casar e como “quem casa quer casa”, eu não fui excepção,

então como a casa dos meus pais era muito grande, apesar de ser

antiga e precisar de obras, durante o ano de 1995 decidi fazer-lhe

uma grande reforma, reconstruí-a e ampliei-a de forma a ficar uma

casa para os meus pais e outra para mim.

      A casa que ficou para mim e onde, actualmente, vivo tem uma

particularidade, o facto de a minha sala de estar ter sido o quarto dos

meus pais, portanto, o local onde nasci.


                                     32
No mês de Março de 1996, comecei a tratar do casamento,

falei com o padre de Alfena para pedir a transferência para

Ermesinde, terra da noiva.

       A Mónica queria casar em Ermesinde, logo, acertei com o

padre a data da cerimónia para o dia 27 de Julho de 1996. Tratei das

certidões necessárias na Conservatória do Registo Civil e de arranjar

um local para a festa.

     Como     o   casamento   era   no    Verão,   tive   de   tratar   com

antecedência do local do copo de água, porque havia muita procura.

No entanto, conhecia o restaurante rural O Beco, em S. Romão do

Coronado que me facilitou na escolha.

     Na época, os valores por pessoa rondavam os 5.000 escudos,

mas como era muita gente, consegui, facilmente, chegar a acordo

com o Sr. Arménio para a organização do copo de água, por 4.500

escudos, com tudo incluído.

     A ementa do evento incluía as entradas, três pratos, canja ou

sopa, bebidas, bolo de noiva e todos os outros doces. Para além de

comes e bebes, a festa teria muita música.




                                     33
A minha casa



      A reforma da casa terminou e eu casei no ano seguinte, no dia

27 de Julho de 1996.




                            O meu casamento



      O meu casamento foi como mandava a tradição, um casamento

na igreja com a noiva vestida de branco e o noivo trajado a rigor,

muitos convidados e uma grande festa que contou com muita música

e dança.

     No dia do casamento partimos em lua-de-mel, para uma viagem

de oito dias pelo sul do país, para conhecermos o Alentejo e Algarve,

regiões que só conhecia através do livro As Mais belas Vilas e

Aldeias de Portugal. Estas regiões têm climas mais quentes e secos,

menos vento, paisagens mais planas, praias mais limpas, com águas

mais quentes e pessoas muito simpáticas.

       Na viagem aproveitei para conhecer o património histórico,

nomeadamente monumentos e zonas históricas, que é uma das

                                    34
maiores riquezas de Portugal, embora, mal conservado. No meu

entender,     o    património     arquitectónico         português    deveria      ser

restaurado e preservado.


      SERRALHARIA BARROS Lda .


      Decorria o ano 1996 e resolvi passar a empresa de nome

individual para uma sociedade limitada: Serralharia Barros Lda.

      Uma sociedade é uma união de duas ou mais entidades ou

pessoas com um objectivo traçado, a fim de alcançar o sucesso numa

determinada acção ou segmento de mercado.

      Actualmente, a sua gerência é composta por partes iguais, uma

minha e outra do meu irmão Júlio José, porque trabalha comigo,

praticamente, desde o início.

      Nos tempos que se seguiram, fui modernizando a empresa

acompanhando a evolução das novas tecnologias e adquiri máquinas

modernas, tais como, máquinas semi-automáticas de corte, de fresar,

prensar, soldar, corte e quinagem de chapa, para melhorar e

aumentar a produção de caixilharias e estruturas metálicas.

      Adquiri,     também,      equipamentos           informáticos   tais       como,

fotocopiadora, fax, impressora, telemóveis e um computador com

software de facturação.

          Equipamentos e software que após uma pequena acção de

formação, dada pelo técnico de informática, alguma paciência e

vontade     de    aprender,     comecei       a    utilizar   rapidamente    e     sem

dificuldade      como   por   exemplo     o       programa     Comercial     97,   um


                                              35
programa de facturação, orçamentos, guias de remessa e transporte e

gestão de stocks.

     Hoje, posso dizer que trabalho bem com vários programas

informáticos (software). Utilizo, diariamente, na empresa: o Microsoft

Office 2007, o Windows Mail, o Autocad2009, o Internet Explorer e

um programa de Ponto, gestão e controle de produção da Dimep.

     Foi também no ano de 1996, comprei o meu primeiro telemóvel,

na TELECEL, uma grande máquina, pois era um Alcatel S400, um

modelo razoável, se tiver em consideração a relação custo/qualidade.

     No meu trabalho, a comunicação com clientes e fornecedores é

essencial.   O   telemóvel   veio   permitir    que   estivesse   sempre

contactável, em qualquer lugar, e poupar algumas deslocações, tanto

minhas como dos meus clientes, para a troca de informações

relacionadas com as obras.

     Na minha vida, o telemóvel tornou-se um objecto bastante útil,

porque me permite comunicar com um grande número de pessoas e

entidades no contexto privado e profissional.

     De início, os telemóveis eram grandes e serviam apenas para

fazer e receber chamadas, mas rapidamente evoluíram, diminuíram o

tamanho e passaram a incorporar máquina fotográfica, leitor e

gravador de vídeos, bluetooth, internet e até a possibilitar a

realização de vídeo-chamadas.

     O telemóvel transmite e recebe ondas de rádio ou radiações

electromagnéticas    numa      determinada       frequência.      O   seu




                                      36
funcionamento     baseia-se   na   transmissão   de   sons,   imagem   e

mensagens escritas.

      Lembro-me de, quando era criança, só haver telefones fixos em

algumas casas e nas estações de correios. Na minha casa existia

telefone porque o meu pai tinha uma oficina e precisava para

comunicar com os fornecedores e clientes. No entanto, o que era um

bem raro tornou-se vulgar devido à grande evolução no sector das

telecomunicações.

      Hoje, graças ao aparecimento das novas tecnologias em

especial do telemóvel e do computador com ligação à Internet, posso

gerir de uma maneira mais eficaz e confortável, a minha vida pessoal

e profissional.

      Utilizo as novas tecnologias para consultar as contas bancárias;

fazer pagamentos; dar ordens de transferência de dinheiro; requisitar

cheques; consultar facturas, gastos de telemóvel e Internet; ver o

tempo para o dia seguinte; saber quais as farmácias de serviço; ter

acesso às notícias 24 horas por dia; saber quais os filmes e horários

do cinema e teatro; a programação dos canais da televisão; ofertas

comerciais; entre outras coisas.

      O meu actual telemóvel é um Qtek S200, no ano de 2008 teve

uma avaria, o altifalante deixou de funcionar, como é óbvio deixei de

poder ouvir quem falava do outro lado. Peguei no livro de instruções e

li-o à procura de respostas, pensei que poderia ser um problema de

definições do equipamento, mas não encontrei a solução e decidi

então recorrer à assistência técnica para resolver o problema.


                                      37
Fui, então, à loja de assistência técnica da Optimus, que era a

operadora que me prestava o serviço de telecomunicações móveis, há

mais de seis anos e situada no Freixieiro, em Matosinhos.

      No balcão de atendimento falei com o funcionário que lá se

encontrava e expliquei-lhe o que se passava com o telemóvel e,

disse-lhe que o equipamento estava, ainda, coberto pela garantia,

mostrei-lhe a factura como prova da compra, uma vez que tinha sido

comprado há menos de um ano e a garantia do fabricante era de dois

anos, logo, o telemóvel iria ser reparado gratuitamente.

      Pensei que seria uma avaria fácil de resolver, mas não foi e tive

de   lá   deixar   o   telemóvel.   O   tempo   previsto,   pela   marca   do

equipamento, para o conserto era de, mais ao menos, 25 dias úteis.

Fiquei muito aborrecido porque o Qtek S200 é um equipamento topo

de gama e caro, que não deveria avariar tão facilmente.

      Como eu não podia ficar tanto tempo privado de uma das

minhas mais importantes ferramentas de trabalho, o telemóvel,

comecei a pensar em comprar outro, mas não foi necessário, porque

o funcionário alertou-me para a possibilidade do empréstimo de um

equipamento de substituição. Achei uma boa medida, porque facilita

bastante a vida aos clientes, ao evitar deste modo mais despesas.




          Mobile phones have other features beyond sending text

messages and making voice calls, including Internet browsing, music

playback, memo recording, personal organizer functions, e-mail,


                                         38
instant messaging, built-in cameras and camcorders, ringtones,

games, radio, infrared and Bluetooth connectivity, call registers,

ability to watch streaming video or download videos for later viewing,

video calling and serving as a wireless modem for a PC.

     Qtek S200 Specifications




     Size: 108 x 59 x 18 mm

     Weight: 150 g

     Screen: 240 x 320 px

     Networks: 850 / 900 / 1800 / 1900

     Camera

     MP3 Player

     Memory Card: SD

     Java Support

     Date Added: April 26th, 2006




                                    39
AS DESVANTAGENS DOS TELEMÓVEIS


      Considero que os telemóveis, também, têm aspectos negativos,

perde-se um pouco o contacto com as pessoas, a proximidade física,

perde-se, principalmente, a língua portuguesa, pois vamos adquirindo

hábitos de escrita, pouco recomendáveis, com mensagens abreviadas

e através de sinais, muitas vezes, difíceis de entender.


     A MINHA FILHA


     O ano de 1999 marcou-me muito, porque no dia 20 Maio de

1999, nasceu a minha filha, a Andreia Filipa, talvez a coisa mais linda

e importante da minha vida, que veio atenuar a dor provocada pela

perda do meu pai, que tinha falecido, subitamente, no mês de

Fevereiro do mesmo ano.

     Durante a gravidez da Mónica, a minha mulher, não foi possível

sabermos o sexo do bebé, só aquando do nascimento é que soube

que era uma menina e fiquei muito feliz. A minha filha é a menina dos

meus olhos.




                            Andreia Filipa (filha)




                                     40
A morte do meu pai, foi o resultado da sua falta de zelo pela

saúde, actualmente, sensibilizado por esse passado, tenho outra

forma de encarar o tema saúde, não só a minha mas também da

minha família.

      A minha filha, desde o seu nascimento tem sido acompanhada

por um pediatra, tem consultas de rotina, acompanhamento do

crescimento e cumpre o plano de vacinação.

     As vacinas são muito importantes, ajudam a prevenir muitas

doenças.


     EMPREENDORISMO II


     Em 2002, como sou uma pessoa empreendedora, comecei a

desenvolver um projecto que tinha de construir caravanas, a partir de

um semi-reboque, nomeadamente, caravanas de grande dimensão. A

ideia foi inspirada em construções feitas em Espanha.

     Estabeleci alguns contactos e, após algumas deslocações à

fábrica de caravanas Rioja, localizada na cidade com o mesmo nome,

no norte de Espanha, consegui obter alguns conhecimentos básicos

sobre o processo de construção das caravanas.

     Numa primeira fase, direccionei o negócio para clientes do ramo

circense e mais tarde para feirantes, proprietários de divertimentos

em romarias e festas.

     Ao longo do tempo, fui modernizando os métodos de concepção

das construções, actualizando materiais e matérias-primas, bem como

automatizando os sistemas de abertura das caravanas, com sistemas


                                    41
electromecânicos e hidráulicos e os acabamentos interiores com

decorações adequadas às necessidades de cada cliente.



      A construção das caravanas inclui um vasto leque de profissões

como a serralharia, carpintaria, marcenaria, electricidade, pichelaria,

ladrilhador, designer e pintura auto.

      Para construirmos uma caravana começamos por fazer o

projecto, ou seja, o desenho das estruturas, especialidades e dos

acabamentos; calculam-se os materiais necessários, em função das

medidas e pesos de forma a garantir a estabilidade da caravana; e

inicia-se a fabricação do esqueleto da estrutura com vigamentos e

perfis tubulares de ferro.




                                             Estrutura da caravana.




      Na estrutura de uma caravana é, previamente, deixado o

espaço das janelas e portas, assim como as divisórias interiores.

      Quando a estrutura de ferro está completa, é feito o tratamento

de pintura anti-corrosiva com primário TRIEPOZINC, um primário

epoxi de dois componentes formulado à base de resinas epoxi e pó

de zinco, endurecido com resinas de amimas, com as seguintes

                                        42
características:       tempo    de   secagem   ao    tacto,   30   minutos;    em

profundidade,      1    hora;    espessura     mínima    recomendado        50μm

espessura seca; rendimento teórico 1 litro/ 10m2; tempo de vida da

mistura (23,0 ± 0,5ºC) Cerca de 8 horas; relação da mistura, 3 de

base para 1 de aducto; diluição com diluente TRIDIL EPOXI, cor da

base cinzento, brilho mate, densidade a (23,0 ± 0,5ºC) - 2,74 g/cm3,

teor em sólidos 60%, ponto de inflamação> 23ºC.

      Depois de tratada a estrutura, procedemos ao isolamento

exterior, em todo o perímetro da caravana, com painéis de madeira

com pele de fibra e poliéster. Após a colocação dos painéis exteriores

são feitos os remates com perfis de alumínio em volta de todas as

aberturas e extremidades da estrutura, são colocadas as caixilharias,

estores eléctricos e, de seguida, avançamos para a preparação e

pintura final do exterior.




                                                    Preparação pintura exterior.




      Entretanto, iniciamos os trabalhos no interior. As tubagens da

água fria, água quente, esgotos e todas as cablagens eléctricas são

colocadas no interior das paredes, em locais predefinidos,



                                          43
Pormenor       tubagens   e

cablagens.




      Em seguida, é projectado nas paredes e tecto uma camada de

poliuretano, um material plástico celular fabricado com matérias-

primas de alta qualidade.

      O poliuretano é uma mistura de duas substâncias, que se

encontram no estado líquido (Poliol + Isocianeto) e que é projectado

nas superfícies a isolar através de uma máquina especial.

      A reacção química que se dá é rápida e exotérmica. O calor

libertado na reacção, origina a vaporização dos agentes espumantes,

o que faz com que na mistura líquida se originem micro bolhas de

gás, resultando um aumento do volume na ordem de 25/35 vezes o

volume inicial. Em poucos segundos, adquire o aspecto de uma

estrutura plástica tridimensional com um poder isolante superior a

qualquer outro material.

      A expansão da espuma deve-se à acção de HFC e CO 2 ,

decorrente da reacção química da água com o isocianato, de tal

forma que a proporção de gases dentro da célula na espuma, ainda

não envelhecida, é HFC = 35 - 50%CO2 = 65 - 50%.

                                    44
Depois     de   retirado   o   excesso   da   expansão     começa    o

acabamento interior, primeiro com umas placas de pré forro e depois

com o acabamento final, normalmente na cozinha e casa de banho, é

colocado nas paredes e piso cerâmica e nas restantes divisões no

piso de cerâmica e nas paredes e tectos é utilizado placas de mdf

lacados, colocam-se as portas interiores e os aparelhos de ar

condicionado.




                                              Interior da caravana sala

     Os acabamentos interiores variam conforme o cliente e a ajuda

do nosso designer, que tem um papel importante nos acabamentos,

na conjugação dos materiais de decoração, iluminação e mobiliário.




                                              Quarto crianças

     A construção da caravana fica concluída com a aplicação dos

electrodomésticos e louças da casa de banho.


                                       45
I decided to identify some symbols that we should take care to

not ruin our clothes when we wash them.




                                          Caravana              com

electrodomésticos




                                   46
Caravana casa banho

     Na construção das caravanas, tenho sempre em conta a

utilização de materiais que sejam o menos inflamável possível e os

que garantam a maior estabilidade e durabilidade da caravana, a fim

de evitar a necessidade de fazer muitas assistências.

     A construção da caravana é acompanhada desde o seu início,

por um engenheiro mecânico que fiscaliza e garante o comprimento

das medidas e das normas de segurança da construção, para ser

inspeccionada na delegação do IMTT do Porto, para homologação

como reboque vivenda especial feira ou circo.

     Temos uma equipa preparada para se deslocar até ao cliente

em qualquer hora e lugar e actuar de acordo com as necessidades em

caso de avaria, defeito de materiais ou fabrico.

     É também      norma da minha         empresa, na assinatura   dos

contratos da construção da caravana, celebrar e assinar com o cliente

um termo de responsabilidade e de garantias para o caso de avarias

por defeito dos materiais e fabrico, com uma cláusula de ficar retido

pelo cliente uma verba de 5% do valor total da construção num

período de 12 meses após a entrega da caravana ao cliente, valor

esse que não poderá ultrapassar os 5.000€ e será pago findos os

                                     47
doze meses de garantia ou em data anterior caso se verificar mau

uso do equipamento por parte do cliente.




                                           Foto: caravana pronta.


      ASSOCIAÇÕES


       Decorria o ano de 2002, recebi um convite de um amigo, o

José Maria, para fazer parte e ajudar a treinar uma equipa de futebol

de juniores, no clube desportivo de S. P. Fins, na cidade da Maia.

      Como fizemos um bom trabalho, na época seguinte, fomos

convidados para treinar outra equipa de juniores, mas de um clube

com outra dimensão e melhores condições. Esse clube foi o clube

desportivo de Águas Santas, também na cidade da Maia, onde

acumulava as funções de treinador adjunto com o cargo de director

do futebol júnior.




                                     48
Cartão de Director

     Como as pessoas para ajudar as colectividades desportivas são

poucas, ajudava sempre que possível. Ao domingo de manhã, sempre

que nos deslocávamos aos campos de futebol dos clubes adversários,

era eu quem conduzia o autocarro que transportava a nossa equipa.

     No    ano   seguinte,   houve   eleições   no   clube,   que     foram

disputadas entre duas listas.

     A assembleia-geral de associados foi marcada com o objectivo

de eleger os órgãos da direcção e os membros da assembleia e

realizou-se no salão nobre, dos Bombeiros Voluntários de Nogueira

da Maia.

     Estas eleições tiveram uma grande adesão de associados e

foram realizadas através do método da mão no ar. O presidente da

mesa da assembleia apresentou as listas A e B, e perguntou aos

associados quem votava em cada uma das listas. Também, perguntou

quem se abstinha. Seguidamente, foi feita a contagem dos votos e

venceu a lista B com um maior número de votos e, que representava

o grupo desportivo de Águas Santas.




                                      49
O presidente eleito foi o Sr. José Augusto Aguiar, opção que

não me agradou, porque tinha algumas ideias novas, das quais eu

discordava e, então, resolvi sair.




                     ” Em Portugal, a partir do 25 de Abril de 1974,

cada cidadão pode ter acesso a um conjunto de associações a que se

pode livremente associar. As associações mais comuns, no nosso

país, são as associações de caça, pesca, dança, folclore, desporto,

os grupos recreativos e culturais, etc.

      Nos últimos anos, as associações têm sofrido uma redução no

número de associados. São vários os factores que podem servir de

justificação para o facto, nomeadamente a dificuldade em pagar as

cotas, a falta de tempo livre e a rigidez dos órgãos dirigentes que

muitas vezes provocam o abandono dos associados.


      TRABALHO VOLUNTÁRIO


      O trabalho voluntário para além de ser uma necessidade para

muitas pessoas, para outras é uma busca de alternativas para mudar

algo que não está bem, para transformar a realidade em que vive o

voluntário ou o seu semelhante.

      No trabalho voluntário, a acção parte da vontade de cada um de

realizar algo em benefício de terceiros.

      Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU):




                                      50
“ Voluntário é toda pessoa que, devido ao seu interesse

pessoal dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a

diversas formas de actividades, organizadas ou não, de bem-estar

social ou em outros campos ”.

      A prática do trabalho voluntário tem aumentado, mas não o

suficiente. Há muito por fazer, porque as desigualdades sociais são

grandes, principalmente no que se refere ao desemprego, violência e

falta de assistência.

      O   Estado,   por   vezes,   não   consegue   dar   respostas   com

qualidade à população que dele necessita, e, também, é nossa a

responsabilidade procurar alternativas para que surjam as mudanças.

      Qualquer um pode desenvolver uma actividade que possa

contribuir para uma melhor qualidade vida de terceiros. Todos nós

podemos contribuir para uma melhor e mais justa sociedade. Os

cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer

autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem

a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à

lei penal.” - Constituição da República Portuguesa, Art. 46.º, Nº1.


      EU , TREINADOR DE FUTEBOL


      Acabado de sair do grupo desportivo de Águas Santas comecei

uma nova aventura, fui com o meu amigo José Maria treinar um clube

de futebol amador, de seniores, o Reguenga futebol Clube, que

estava a disputar o campeonato Inter Municipal e Municipal da

Câmara Municipal de Santo Tirso.


                                         51
No Reguenga Futebol Clube comecei como treinador adjunto,

mas acabei por ser treinador e jogador, pois tinha muito jeito para o

futebol, visto que toda a minha vida joguei à bola com amigos e em

pequenos torneios organizados por clubes, principalmente, na época

de Verão.

     Os jogos eram disputados ao sábado à noite ou ao domingo de

manhã. No Reguenga futebol Clube joguei regularmente até ao

fatídico dia 19 de Março de 2005, num jogo realizado fora, contra o

Lamelas Futebol Clube. Aos 15 minutos de jogo, quando sofri uma

grave lesão no ombro direito, uma luxação da clavícula, com rotura

do ligamento.

     O massagista do clube fez os primeiros tratamentos e após

verificar a gravidade da lesão, fui levado às urgências do hospital de

São João, no Porto. Neste hospital, fui observado no serviço de

ortopedia, onde me fizeram uma radiografia e a imobilização do

braço. Como tinha seguro de acidentes pessoal, fui encaminhado

para a companhia de seguros.

     No dia seguinte, apresentei-me no Instituto de Saúde do

Marquês, clínica da companhia de seguros Vitória. Após a consulta

com o médico de ortopedia da companhia, fiquei com o braço

imobilizado durante cinco semanas. Após esse período, o médico

constatou que seria necessário efectuar uma intervenção cirúrgica,

porque a clavícula estava deslocada.

     Fui operado no hospital de Santa Maria, no Porto, pelo doutor

Rui Matos, que me colocou ferros no ombro para fixação da clavícula.


                                       52
Passado um mês, os ferros foram retirados, pela mesma equipa

médica que realizou a cirurgia e na mesma sala de operações.

      Quando estava a iniciar a fase de recuperação com auxílio da

fisioterapia, devido aos exercícios que executava, formaram-se na

cicatriz alguns quistos, o que me levou novamente à sala de

operações, para serem retirados. A recuperação prologou-se por mais

de nove meses, todos eles muito difíceis.

      Após muito sofrimento consegui recuperar, mas nunca mais

voltei a jogar futebol, a vida continuou e dediquei-me apenas ao

trabalho.




      LAZER


      O único desporto que passei a praticar, passou a ser apenas em

períodos de lazer, uma vez que abandonei a competição. Comecei a

fazer caminhadas, aos domingos na parte da tarde ou à noite nos

meses de verão, no parque da cidade, no Porto, e à beira mar. Por

vezes, aos domingos de manhã, faço passeios de bicicleta com a

família ou amigos.

      As actividades físicas de lazer são muito boas, porque ajudam a

aliviar o stress, exercita o corpo e a mente, e ajudam a prevenir

algumas doenças.




                                    53
As actividades ao ar livre são extremamente importantes para

melhorar a minha qualidade de vida, reconheço que me dão frescura

física e mental para ultrapassar as dificuldades que surgem no dia-a-

dia, dão-me uma maior capacidade de reacção em determinadas

situações que vão acontecendo inesperadamente, tanto na vida

privada como na vida profissional, principalmente em situações no

trânsito, como no caso das filas que se apresentam hoje e que temos

de ser pacientes. Existem muitas outras situações no trânsito que,

devido à falta de civismo dos condutores, devemos manter a calma e

não responder às provocações que, por vezes, acontecem.


     ALARGAMENTO DAS INSTALAÇÕES DA MINHA EMPRESA


     A partir de meados do ano de 2006, alarguei as instalações

fabris da minha empresa, com a aquisição de um armazém na zona

industrial de Baguim do Monte, com uma área coberta de cerca de

1000 metros, para o fabrico de auto caravanas, reboques bilheteira,

dormitórios e reboques bar.

     Nestas novas instalações, criei melhores condições de trabalho

e de segurança para os meus funcionários. O espaço era maior e

separei e armazenei os vários materiais perigosos e inflamáveis, em

espaços próprios. Também coloquei em todos os locais necessários

as sinaléticas que nos informam dos vários perigos existentes.

     Na minha empresa, ao longo dos últimos anos, sempre tive

como prioridade a preocupação com a segurança e bem-estar dos

meus funcionários. Distribuo e coloco à sua disposição equipamentos


                                    54
individuais e colectivos de segurança, como sapatos de sola e

biqueira de aço, protecções para os olhos e ouvidos, luvas, entre

outros equipamentos.


     DIREITOS E DEVERES DOS TRABALHADORES


     Na minha empresa existe uma preocupação frequente com a

consciencialização dos direitos e deveres de todos. Todos os meus

trabalhadores têm direito a segurança, higiene e saúde no trabalho;

períodos mínimos de descanso; férias remuneradas; igualdade de

tratamento; não serem discriminados; e, o direito à greve.

      Os meus funcionários têm a preocupação de respeitar e tratar

com lealdade a entidade patronal. Não fazer negociações por conta

própria e em concorrência com a entidade patronal, não divulgam

informações relacionadas com a organização, métodos de produção e

negócios da empresa.

     Penso que existem algumas regras fundamentais para o bom

funcionamento de uma empresa, nomeadamente a lealdade, o

respeito entre colegas e superiores, pontualidade, assiduidade, zelo,

responsabilidade, obediência e cumprimento de todas as obrigações e

normas previstas nos contratos de trabalho.

     Em Portugal, ainda há muito por fazer em relação aos direitos e

deveres dos trabalhadores. As mentalidades de alguns patrões têm de

mudar, porque ainda existem muitas situações de trabalho precário.

Alguns trabalhadores oriundos dos países de Leste e de África




                                     55
exercerem actividades laborais sem condições de segurança e sem

qualquer tipo de direito.

      No entanto, a classe trabalhadora nem sempre cumpre com os

seus principais deveres. Sem querer generalizar, é óbvio que existem

trabalhadores que só pensam na hora de saída e no fim do mês.

Como se costuma dizer e é típico dos portugueses “Todos querem

arranjar um emprego, e não um trabalho.”

      Na Constituição da República Portuguesa, estão mencionados

os direitos fundamentais dos cidadãos portugueses, dos quais

destaco o Direito ao Trabalho (Artigo 58º) e os Direitos dos

Trabalhadores (Artigo 59º), que passo a identificar.



      Artigo 58º

      1. Todos têm direito ao trabalho.

      2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado

promover:

      a) A execução de políticas de pleno emprego;

      b) A igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou

género de trabalho e condições para que não seja vedado ou

limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho

ou categorias profissionais;

      c) A formação cultural e técnica e a valorização profissional dos

trabalhadores.



      Artigo 59º


                                     56
1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça,

cidadania, território de origem, religião, convicções políticas ou

ideológicas, têm direito:

      a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e

qualidade, observando-se o princípio de que para trabalho igual

salário igual, de forma a garantir uma existência condigna;

      b)   A   organização   do   trabalho    em    condições        socialmente

dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a

conciliação da actividade profissional com a vida familiar;

      c) A prestação do trabalho em condições de higiene, segurança

e saúde;

      d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de

trabalho, ao descanso semanal e a férias periódicas pagas;

      e)   À   assistência   material,    quando        involuntariamente      se

encontrem em situação de desemprego;

      f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente

de trabalho ou de doença profissional.

      2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho,

retribuição    e   repouso   a    que    os   trabalhadores      têm      direito,

nomeadamente:

      a) O estabelecimento e a actualização do salário mínimo

nacional, tendo em conta, entre outros factores, as necessidades dos

trabalhadores,     o   aumento     do    custo     de    vida,   o     nível   de

desenvolvimento das forças produtivas, as exigências da estabilidade

económica e financeira e a acumulação para o desenvolvimento;


                                         57
b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do

trabalho;

      c) A especial protecção do trabalho das mulheres durante a

gravidez e após o parto, bem como do trabalho dos menores, dos

diminuídos e dos que desempenhem actividades particularmente

violentas ou em condições insalubres, tóxicas ou perigosas;

      d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de centros de

repouso e de férias, em cooperação com organizações sociais;

      e) A protecção das condições de trabalho e a garantia dos

benefícios sociais dos trabalhadores emigrantes;

      f) A protecção das condições de trabalho dos trabalhadores

estudantes.

      3. Os salários gozam de garantias especiais, nos termos da lei.

      É do conhecimento público que, em Portugal, a precariedade no

trabalho tem vindo a aumentar nos últimos anos, cerca de um quinto

da população activa, embora existam muitas outras situações que não

são   contabilizadas   por   se   enquadrarem     no   trabalho   ilegal   ou

clandestino.

      Muitos    trabalhadores     não   têm   férias   pagas   nem   outros

subsídios e não podem reclamar porque estão a arriscar-se a ficarem

sem trabalho.

      De acordo com informação do Jornal Correio da Manhã, de Abril

de 2008, em Portugal existiam pelo menos meio milhão de pessoas

que passavam falsos recibos verdes. Estes trabalhadores estão

ligados às empresas de forma permanente, apesar de estarem


                                        58
colectados como trabalhadores independentes, pois têm horário de

trabalho, funções definidas, e obedecem a uma hierarquia. Todos

este   requisitos   que,   se   a     lei   fosse   cumprida,   fariam   deles

trabalhadores por conta de outrem.

       O combate à precariedade tem sido reivindicado pelas centrais

sindicais.

       A precariedade laboral afecta sobretudo os jovens, com maior

incidência na administração pública e nos serviços, na região do

Algarve.

       Cerca de metade dos jovens até aos 25 anos têm contrato não

permanente e as raparigas são as mais afectadas.

       As situações de trabalho precário incluem os trabalhadores com

contrato a termo certo, o trabalho temporário, os recibos verdes e o

trabalho não declarado.

       Este tipo de trabalho, em que o trabalhador não tem qualquer

tipo de garantias ou de protecção e em que o patrão e trabalhador

não cumprem as suas obrigações fiscais, nem descontam para

segurança social, predomina na construção civil e restauração, mas

sobretudo nas pequenas empresas.


       O SALÁRIO


       O facto de ser patrão fez com que aprendesse qual a

constituição   do   salário     dos     meus     empregados     e   de   todos

trabalhadores por conta de outrem.




                                            59
As parcelas que constituem o salário de um trabalhador por

conta de outrem são: o salário, contribuições para a segurança social

e para o IRS, o subsídio de refeição, ajudas de custos, subsídio de

férias, entre outros subsídios.

      O Salário é o rendimento que os trabalhadores recebem em

troca do trabalho que despendem no processo produtivo. O salário é

o preço pago aos trabalhadores em troca de determinada quantidade

de trabalho. Sendo um preço, o salário é estabelecido, tal como

qualquer outro preço, no mercado através do encontro entre quem

oferece trabalho e quem o procura.

      O IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) é

um imposto directo que incide sobre os rendimentos dos particulares

nomeadamente os rendimentos do trabalho (salários e outros) e os

rendimentos de capital (juros, rendas, mais-valias, dividendos, etc.).

      O Subsídio de refeição, também conhecido como subsídio de

alimentação, destina-se a compensar os trabalhadores das despesas

com a refeição principal do dia em que prestam serviço efectivo

durante, pelo menos, 5 horas e não tem natureza retributiva.

      As Ajudas de custo são um abono que é aplicável quando uma

pessoa se ausenta para fora do seu local de trabalho, dentro ou fora

de Portugal. A distância tem que ser superior a 5 km do local onde

exerce funções, no caso das deslocações diárias (as que se realizam

num período de 24 horas), ou superior a 20 km, no caso das

deslocações por dias sucessivos (realizam-se por períodos superiores

a 24 horas).


                                     60
É um valor que se recebe a mais por cada dia que se está fora

do local normal de trabalho para se fazer face às despesas

acrescidas que tem por estar deslocado (alimentação e alojamento).



      No que diz respeito ao Subsídio de férias, os trabalhadores

têm direito a um período de férias remunerado em cada ano civil e

estas referem-se ao trabalho prestado no ano anterior.

      O direito a férias adquire-se no momento da celebração do

contrato e vence-se no dia 1 de Janeiro de cada ano civil.

Excepcionalmente, se no ano de admissão, o início do trabalho se

verificar no 1º semestre, após um período de 60 dias de trabalho

efectivo, o trabalhador tem direito a 8 dias úteis de férias. Se o início

do trabalho se verificar no 2º semestre, após 6 meses completos de

trabalho efectivo, o trabalhador tem direito a 22 dias úteis de férias,

no ano imediato.

      O trabalhador tem direito à retribuição correspondente ao

período de férias, acrescido de subsídio de igual valor, a pagar antes

do seu início

      O montante das Contribuições para a segurança social é

calculado   pela   aplicação   da   taxa    contributiva   global   sobre   as

remunerações reais, consideradas base de incidência, do seguinte

modo: empregador (contribuinte), 23,75%; e Trabalhador, 11%.

      Existem algumas diferenças entre os trabalhadores por conta de

outrem e os trabalhadores independentes.




                                       61
Um trabalhador dependente tem 14 meses de salário por ano, o

trabalhador independente, muitas vezes, cobra apenas 11 ou 12 e

não tem direito aos subsídios de Férias e Natal.

         No    caso       dos   trabalhadores       dependentes,      a   entidade

empregadora desconta 23,75% do salário para a segurança social, o

que      não   acontece         com   os   trabalhadores      independentes,      a

contribuição é suportada pelo trabalhador.

         Uma entidade patronal deve obrigatoriamente ter um seguro de

acidentes de trabalho para os seus trabalhadores, no entanto, os

trabalhadores independentes têm de o possuir e suportar o custo. Em

muitos casos é também necessário um seguro de responsabilidade

civil.

         Os custos de formação profissional podem ser significativos

para uma entidade empregadora e também existem para profissionais

liberais.

         A existência do posto de trabalho e das ferramentas a ele

associadas pode atingir valores muito elevados para a entidade

empregadora           e    também      para      trabalhadores      independentes,

nomeadamente a amortização ou arrendamento das instalações e

mobiliário,     computadores,         licenças     de   software,   telefone,   fax,

electricidade, acesso à Internet, consumíveis e, em alguns casos,

carro e telemóvel.




                                              62
HIGIENE ,     SAÚDE     E   SEGURANÇA     NO   TRABALHO        NA


EMPRESA


     Desde o ano 1997 que mantenho um contrato com uma empresa

de   Higiene,    Saúde   e   Segurança    no   Trabalho   (HSST),    a

INSPECMETRA LDA. Penso que foi uma boa aposta, porque houve

uma redução substancial de acidentes e doenças profissionais na

empresa.

         Ao longo dos anos, tem havido uma grande evolução na área

da HSST. Recordo-me que no primeiro ano de contrato, as consultas

com o médico de trabalho eram uma vez por ano e no consultório, no

centro médico da INSPECMETRA LDA, em Valongo.

         Actualmente, as consultas realizam-se duas vezes por ano e

numa unidade móvel que se desloca às empresas, o que é vantajoso

para os trabalhadores e para o patrão. Anualmente, também as

deslocações dos técnicos para fiscalização são efectuadas várias

vezes.

     A HSST é um direito fundamental dos trabalhadores, a sua

aplicação contribui para o aumento da competitividade, mas acima de

tudo para a diminuição da sinistralidade entre os trabalhadores.

     A meu ver, os principais beneficiários das medidas de HSST são

as empresas e o país. Penso que deveria ser uma preocupação

constante de todos os cidadãos melhorar as condições de trabalho e

garantir melhor assistência aos trabalhadores, porque o capital

humano é essencial ao desenvolvimento das empresas e das nações.


                                     63
O    tecido   produtivo        somente      com       trabalhadores        saudáveis     é

desenvolvido.

      Em Portugal, existe legislação que regula todos estes princípios

e é aplicável a todos os ramos de actividade.

      Prevê o n.º 1 do art.º 4º do art. D. Lei 141/91 de 14 de

Novembro, a obrigatoriedade de todos os trabalhadores poderem

usufruir de um médico do trabalho. No mesmo decreto-lei, o n.º 1 do

art. 8º, prevê que a entidade patronal é obrigada a assegurar

condições     de    segurança,      higiene       e    saúde     a    todos      os   seus

trabalhadores, sem excepção.




      PREOCUPAÇÕES AMBIENTENTAIS NA EMPRESA


      O meio ambiente é uma das grandes preocupações na minha

empresa. Este tema é abordado em reuniões mensais com todos os

nossos colaboradores.

      Nas     reuniões     tomamos       algumas        medidas       no    sentido    de

contribuirmos para um meio ambiente saudável, tais como: nomear

um    funcionário       para    controlar    e     fiscalizar     todas     as    acções

relacionadas com lixos e resíduos.

      Preservar     o    meio    ambiente        depende        dos   responsáveis       e

gestores da empresa, mas sobretudo dos funcionários.

      Todos os resíduos da empresa são recolhidos por empresas

certificadas. Têm sido instalados equipamentos de extracção de

fumos e poeiras com filtros, para que não sejam lançados na


                                              64
atmosfera os gases resultantes das soldaduras, poeiras de lixar e

cortar as madeiras, e os fumos das pinturas.

     A empresa dispõe de pontos de armazenamento para separar

todos os resíduos: os desperdícios de ferro, alumínio, inox, madeiras,

papel e plásticos. Também, usamos aparadeiras para evitar o

derramamento para o chão dos óleos usados nas montagens e na

assistência dos sistemas hidráulicos.


     A UNIÃO EUROPEIA


     Portugal pertence à Europa, um continente que tem um grande

número de estados.

     Vários acontecimentos políticos no século XX, deram origem a

novas fronteiras na Europa. Tendo em conta a localização geográfica,

os países europeus são agrupados em quatro conjuntos: Europa

Mediterrânica, Europa Ocidental, Europa Oriental e Europa do Norte.




                                        65
Os países europeus têm um grande número de cidades,

destacando-se as que são capitais, por aí se localizarem, geralmente,

as principais instituições políticas, económicas e sociais.

      A Segunda Guerra Mundial deixou a Europa muito destruída.

Assim,    alguns    países    europeus     constituíram       organizações

essencialmente económicas de entreajuda com destaque para a

Comunidade Económica Europeia (CEE).

      A Comunidade Económica Europeia (CEE) nasceu a 25 de

Março de 1957 com a assinatura do Tratado de Roma, por seis

países: França, República Federal Alemã, Itália, Holanda, Bélgica e

Luxemburgo.

      Em 1993, com o Tratado de Maastricht, a CEE adopta a

designação de União Europeia (EU).


                                      66
O funcionamento da EU é assegurado por cinco instituições: o

Conselho de Ministros, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu

o Tribunal Europeu de Justiça e o Tribunal de Contas.

     Para além destas instituições, existem dois órgãos comunitários

de natureza consultiva: o Comité Económico e Social e o Comité das

Regiões. No domínio da política económica e monetária, o Banco

Central Europeu (BCE) desempenha um papel importante.


     PATOLOGIAS


     A minha mãe foi para mim um exemplo do que é lutar pela vida

ao não se deixar vencer facilmente pelas adversidades.

     O    agente     causador   da   sua   doença   sarcoidose   era

desconhecido, assim como os seus sintomas e formas de tratamento.

Sabia-se que afectava principalmente o sistema respiratório. Devido à

raridade e ao pouco conhecimento científico sobre a doença não era

possível especificar as suas variáveis ou fazer diagnósticos precisos

sobre a patologia.

     Os médicos afirmavam que a sarcoidose era considerada uma

doença rara em Portugal, mas mais frequente nos países africanos,

onde predominam pessoas de raça negra.

     Os tratamentos para a sarcoidose eram, essencialmente, à base

de cortisona, substância que a deixava muito debilitada e sem grande

esperança de cura. Perante a situação, a minha mãe resolveu

recorrer às medicinas alternativas. Numa primeira fase a minha mãe

foi a consultas de homeopatia e fez massagens na Ervanária de


                                     67
Ermesinde, conjuntamente com a medicação de origem química,

prescrita no hospital e a medicação da ervanária, de origem natural,

receitada pelo Dr. Álvaro. Mais tarde, começou a frequentar as

consultas do Dr. Álvaro, em Viseu, onde existia, para além do

consultório, um laboratório de medicamentos naturais. Lentamente, a

minha mãe abandonou a medicação tradicional, de origem química, e

passou a tomar apenas a medicação natural.

     Actualmente, posso afirmar que a medicina natural mudou a

qualidade de vida da minha mãe, apesar de não a ter curado, porque

a sarcoidose é uma doença que não tem cura. Contudo, desde 1992,

a minha mãe não é hospitalizada, devido aos medicamentos naturais.

     Hoje em dia, é acompanhada pelo Dr. Álvaro que, entretanto,

abriu um consultório em Braga, onde nos deslocamos mensalmente

para consultas de rotina, massagens e comprar medicamentos, ervas

e chás.




     MEDICAMENTOS


     Ao longo dos anos, e na tentativa de obtenção da cura da

doença    que    tem    afectado   a   vida      da   minha   mãe,   directa    ou

indirectamente, tive que recorrer às medicinas convencionais e

alternativas ganhando dessa forma um maior conhecimento de várias

doenças   e     vírus   bem   como     as     suas    terapias,   tratamentos    e

medicamentos.


                                            68
Um    medicamento     é   um   produto   utilizado    para    tratar   os

fenómenos patológicos do homem e do animal. O medicamento pode

curar, aliviar, ou prevenir as doenças. Um medicamento pode

substituir as substâncias ou os líquidos produzidos pelo organismo ou

neutralizar os germes, parasitas ou outros agentes patogénicos.

     São várias as formas de administração: sólida, semi-sólida,

líquida ou gasosa. As formas sólidas podem ser comprimidos,

drageias, cápsulas, pós e supositórios. Nas formas semi-sólidas

figuram as pomadas, pastas, cremes e gel. Os medicamentos líquidos

são as tinturas, as perfusões, as gotas, as soluções em ampolas,

xaropes e sprays. Na forma gasosa figuram as inalações.

     São vários os grupos de fármacos que podem ser utilizados

com a finalidade de diminuir a dor, nomeadamente os analgésicos

estupefacientes (opiáceos) e os analgésicos antipiréticos e anti-

inflamatórios. Dos primeiros destacam-se a morfina e codeína e são

muito potentes no alívio de todas as intensidades e origens, mas têm

a capacidade de provocar dependência.

     São   várias   as   doenças    que    evoluem   com    dor,    febre    e

inflamação. Assim o grupo dos analgésicos, antipiréticos e anti-

inflamatórios, têm nestas doenças o seu campo de aplicação.

     Um antipirético é um medicamento que previne ou reduz a

febre, diminuindo a temperatura corporal que está acima do normal.

Os antipiréticos mais comuns em Portugal são a aspirina e o

paracetamol.




                                      69
Um antibiótico é toda a substância que interfere com a

capacidade    das     bactérias    actuarem     normalmente.    Pode    actuar

inibindo o seu crescimento ou matar as bactérias.

      Os antibióticos são usados para tratar infecções bacterianas,

que variam desde doenças quase mortais, como a meningite, a

problemas comuns como o acne e a amigdalite. No entanto, os

antibióticos não servem para curar doenças causadas por vírus, tais

como constipações ou gripe.

      O   antibiótico   pode      agir   como   bactericida,   quando   actua

eliminando as bactérias, ou, como, bacteriostático, quando interrompe

a sua proliferação.

      Quando as bactérias desenvolvem a capacidade de se defender

do efeito de um antibiótico, diz-se que adquiriram resistência aos

antibióticos. Ao longo dos anos as bactérias patogénicas, as que

causam doenças, tornaram-se resistentes a muitos antibióticos devido

ao abuso ou uso incorrecto dos mesmos.

      Mesmo que uma pessoa se sinta melhor, deverá continuar a

tomar o antibiótico exactamente como o médico receitou. Se não

terminar o antibiótico, algumas das bactérias perigosas podem não

morrer e pode voltar a ficar doente. As bactérias que estão ainda

vivas poderão também tornar-se resistentes e fazer com que a

infecção se torne mais difícil de tratar.

      Os antibióticos não são tão eficazes se não forem tomados a

horas. Como os medicamentos permanecem no organismo durante

um certo período de tempo, devemos tomar cada dose de acordo com


                                          70
as instruções do médico. Tomar antibióticos de forma irregular

permite que as bactérias se adaptem e se multipliquem, aumentando

o problema da resistência aos antibióticos.

     Nunca devemos tomar o resto de antibióticos guardados, quer

sejam de outra pessoa ou nossos. Antibióticos específicos são

eficazes no combate a bactérias específicas e é errado pensar que o

antibiótico de outra pessoa irá funcionar. Os antibióticos devem

sempre ser tomados até ao fim, excepto quando o médico dá

instruções para parar. Qualquer resto de medicamento deve ser

devolvido à farmácia.



     I made a phone call to a pharmacy located in Maia:

     Laurentino: Good Afternoon.

     Pharmacy: Good Afternoon.

     Laurentino: My name is Laurentino Barros, I live in Porto and I

would like to know if your pharmacy has the medicine Aspegic.

     Pharmacy: Yes, we have.

     Laurentino: I need it as soon as possible because it is

exhausted in my city. Please send it to me.

     Pharmacy: We can do this, but we need a fax from you with the

request of the product.

     Laurentino: Ok, I’ll send you the fax. But tell me, how can I do

the payment?

     Pharmacy: At the moment of the delivery you’ll pay.

     Laurentino: How long do I have to wait for the medicine?


                                     71
Pharmacy: Tomorrow morning you’ll have it at home.

      Laurentino: Thank you, I look forward it.



      Estas linhas de orientação são importantes porque quando os

antibióticos não são usados correctamente, as bactérias fracas são

mortas, mas as mais resistentes sobrevivem e multiplicam-se. Estas

bactérias resistentes podem causar infecções que são muito difíceis

de tratar, o que significa que os antibióticos podem não ser tão

eficazes quando são mesmo necessários


      PSICOFÁRMACOS


      O    grupo   dos   psicofármacos      engloba   três   grupos   de

medicamentos: ansiolíticos, sedativos e hipnóticos; psicodepressores

e antipsicóticos; e antidepressivos.

      Os ansiolíticos, sedativos e hipnóticos têm como principal

indicação o tratamento da ansiedade e/ou a indução ou manutenção

do sono, como por exemplo: Xanax, Lexotan, Tranxene, Valium e

Serenal.

      Os psicodepressores e antipsicóticos são usados no tratamento

da esquizofrenia outras psicoses e alterações de comportamento,

entre os quais o Socian e o Largactil.

      Os antidepressivos são medicamentos cuja acção decorre no

sistema nervoso central, normalizando o estado do humor, quando se

encontra deprimido, o que equivale para o doente a tristeza, a

angustia, desinteresse, desmotivação, falta de energia, alterações do


                                       72
somo e do apetite, etc. Os medicamentos antidepressivos não actuam

quando     o   estado     do   humor    é        normal,    distinguindo-se   dos

psicoestimulantes. São exemplos de antidepressivos o Deprimil e o

Prozac.

      A automedicação é um processo que conduz a que o doente

assuma a responsabilidade de melhoria da sua saúde sem recurso à

consulta médica. Esta independência do doente permite-lhe resolver

situações auto-limitadas e de curta duração.

      A automedicação tem sido alvo de discussões na União

Europeia (UE), tendo havido consenso quanto ao facto de se

recomendar apenas para o alívio de sintomas, não excedendo a

duração de sete dias (três para o caso de febre), requerendo atenção

especial da grávida, mulheres a amamentar, bebés e crianças e ainda

contra-indicada quando os sintomas forem graves, persistentes, ou

quando houver suspeita de reacções adversas responsáveis pelos

mesmos.

      A lei portuguesa define 41 situações que são passíveis de

automedicação, das quais destaco: contracepção de emergência e

métodos contraceptivos, dores musculares e de cabeça ligeiras e

moderadas, contusões, febre, diarreia, queimaduras de primeiro grau,

vómitos, hemorróidas, dores de dentes, tratamento local de varizes,

feridas   superficiais,   irritação   ocular,      prisão   de   ventre,   azia   e

endoparasitoses intestinais.

      Destaco três situações de risco de auto-medicação:




                                            73
O Efeito cumulativo, quando uma pessoa consome uma grande

quantidade de um determinado remédio por muito tempo. Como por

exemplo, o princípio corticóide, encontrado em anti-alérgicos. O

medicamento, nesse caso, além de combater o antigene da doença,

extermina também as células imunológicas, enfraquecendo o sistema

de defesa do organismo;

     A Sobredosagem, que pode causar intoxicações graves e

provocar reacções adversas;

     A Baixa dosagem, nos antibióticos, por exemplo, uma dosagem

menor do que a necessária, em vez de destruir, aumenta a

resistência das bactérias e o medicamento deixa de ter efeito.

     A receita médica não é obrigatória para todos os medicamentos.

A obrigatoriedade da receita médica depende da classificação dos

medicamentos quanto à dispensa: medicamentos sujeitos a receita

médica (MSRM) ou medicamentos não sujeitos a receita médica

(MNSRM).

     Em Portugal, o Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de Agosto, com

as alterações que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º

238/2007, de 19 de Junho, indica quais os medicamentos não sujeitos

a receita médica e que podem ser comprados sem a apresentação da

receita emitida pelos médicos.

     Os medicamentos que só podem ser adquiridos com receita

médica são-no geralmente porque podem constituir, directa ou

indirectamente, um risco, mesmo quando usados para o fim a que se

destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica.


                                    74
Dos    medicamentos       referidos,    apenas   os       analgésicos   não

estupefacientes, anti-inflamatórios e antipiréticos não estão sujeitos a

receita médica


      GENÉRICOS


      Um medicamento genérico é um medicamento com a mesma

substância activa, forma farmacêutica e dosagem, e com a mesma

indicação que o medicamento original, de marca. Os medicamentos

genéricos têm a mesma qualidade, eficácia e segurança, mas a um

preço 35% inferior ao medicamento original. O medicamento genérico

é mais barato porque os fabricantes de genéricos, ao produzirem

medicamentos após ter terminado o período de protecção de patente

dos   originais,    não   têm   os   custos   inerentes     à    investigação   e

descoberta     de    novos      medicamentos.     Assim,         podem    vender

medicamentos genéricos com a mesma qualidade mas a um preço

mais baixo do que o medicamento original.

      Os     medicamentos         genéricos      são      identificados       pela

Denominação Comum Internacional (DCI) das substâncias activas,

seguida do nome do titular da Autorização de Introdução no Mercado

(AIM) ou de um nome de fantasia, da dosagem e da forma

farmacêutica e da sigla «MG», inserida na embalagem exterior do

medicamento.

      Os medicamentos genéricos são comparticipados com base nos

mesmos escalões que os restantes medicamentos, mas têm uma

comparticipação 10% superior.


                                         75
Os médicos e os farmacêuticos estão informados sobre os

benefícios     dos    medicamentos   genéricos, mas          cabe-nos   a     nós,

cidadãos, questionarmo-nos sobre a opção de adquirir um genérico.

Até porque, caso exista um medicamento genérico para o tratamento

do nosso problema de saúde, o resultado está assegurado através

dos controlos de produção, qualidade e segurança. De facto, estou

convencido de que a opção da utilização de medicamentos genéricos

é a melhor escolha.


      COMPOSIÇÃO DOS MEDICAMENTOS


      Os medicamentos são compostos por substâncias activas e

excipientes.

      O princípio activo é a substância de estrutura química definida

responsável por produzir uma alteração no organismo que pode ser

de   origem    vegetal    ou   animal.   A    investigação    moderna       utiliza

sobretudo substâncias activas artificiais, obtidas através de síntese

química, técnicas da biotecnologia ou de género genético.

Os excipientes são as substâncias que existem nos medicamentos e

que completam a massa ou volume especificado. Um excipiente é

uma substância inactiva usada como veículo para o princípio activo,

assim como para facilitar o seu fabrico, corrigir o sabor e cheiro, etc.

      ROTULAGEM DOS MEDICAMENTOS


      A informação que consta da rotulagem dos medicamentos é

aprovada       pelo      INFARMED.       Da     informação       que    consta

obrigatoriamente da embalagem, destaca-se a seguinte: o nome do

                                         76
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  • 1. 2009 Portefólio Reflexivo de Aprendizagens Laurentino João Cardoso de Barros 28-05-2009
  • 2. ÍNDICE IDENTIFICAÇÃO PESSOAL Laurentino João Cardoso de Barros  DATA DE NASCIMENTO: 1 de Junho 1973 2
  • 3.  NATURALIDADE: Lugar do Reguengo Freguesia de Alfena Concelho de Valongo  Nº IRMÃOS: 11  ESTADO CIVIL: Casado  IDADE: 35 Anos  FILHOS: 1 filha  HABILITAÇÕES ESCOLARES: 6º Ano de Escolaridade  ACTIVIDADE PROFISSIONAL: Empresário na área da serralharia  INTERESSES: Desporto, teatro, leitura de jornais e revistas, passear e conviver com a família INTRODUÇÃO 3
  • 4. RAZÕES DA INSCRIÇÃO NO PROCESSO DE RVCC- SECUNDÁRIO  Porque defendo a mesma ideia, que está associada ao slogan do programa Novas Oportunidades.  Para ver reconhecidos e validados os conhecimentos que adquiri ao longo do meu percurso pessoal, formativo e profissional. 4
  • 5. A MINHA HISTÓRIA DE VIDA INFÂNCIA DOS 0 AOS 6 ANOS O meu nome é Laurentino João Cardoso de Barros, filho de João Rodrigues de Barros e Esmeralda da Costa Cardoso. Foto dos meus pais Nasci no lugar do Reguengo, freguesia de Alfena, concelho de Valongo, no dia 1 de Junho 1973. Sou o 7º de 12 filhos: 7 rapazes e 5 raparigas. A minha infância, como quase toda a minha vida, foi passada em Alfena. Posso dizer que apesar de ter uma família numerosa e pobre, tive uma infância muito feliz. Visto que as diferenças de idades, entre nós, irmãos, eram em média 1 ano, foi favorável em termos de organização familiar. 5
  • 6. Vivia numa casa muito grande e com um grande terreno de cultivo e pinhal, onde juntamente com os meus irmãos, amigos e vizinhos brincávamos e aprendíamos uns com os outros. Com os mais velhos, entre outras coisas, aprendi a fazer cabanas. Cortávamos estacas, das Austrálias e das Mimosas, para fazer a estrutura da cabana, amarravam-se com fios e cordas, depois com os ramos das árvores cobria-se a cabana, de forma a ficar bem vedada. Brincávamos aos casais, os mais pequenos eram os filhos e cada casal escolhia os seus. Fazíamos de conta que organizávamos festas, lanches. Também, organizávamos jogos, tais como: escondidas, cabra cega e caçadinhas. Como é normal nesta idade, também aprendi algumas traquinices, a minha preferida era fazer armadilhas. Recordo-me que uma vez enchi um saco com pedras e meti-o por cima do tronco de um sobreiro amarrado com um fio, para que, quando alguém se aproximasse da minha cabana, pela parte da frente, tocava no ramo que segurava o saco e levava com as pedras em cima da cabeça. Certo dia tive azar, a minha avó que andava sempre a ver se estávamos a fazer asneiras, foi ao pinhal aproximou-se da minha cabana e levou com o saco das pedras na cabeça. Nesse dia levei uma tareia do meu pai e aprendi uma grande lição. A lição que aprendi foi que podia brincar, mas sem fazer mal às outras pessoas, ou seja, sem fazer asneiras. Naquele dia, podia ter magoado a minha avó com gravidade. Esta situação fez-me entender 6
  • 7. que nós devemos respeitar toda gente, principalmente os mais velhos. Nós adorávamos brincar ao ar livre, mas sabíamos que tínhamos que cumprir certas regras: não podíamos estragar as terras de cultivo da minha avó e não se podia cortar todas as árvores do pinhal. A regra mais importante era que havia horas para brincar e estudar. Aos 5 anos, tive uma breve passagem, de apenas alguns meses, pelo infantário do centro social e paroquial de Alfena. No início chorava muito, pois não gostava de ir para lá. Estava habituado a gozar da liberdade e não compreendia porque tinha de ficar fechado, ter de obedecer a regras e horários, se tinha casa para estar. A LIBERDADE Conforme vamos crescendo, vamo-nos apercebendo de valores importantes como é a liberdade. A liberdade é a capacidade que os indivíduos têm de escolher, sem restrições, de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, em virtude da sua determinação, sem interferir com a liberdade dos outros. A liberdade de cada um depende de muitos factores, ou seja, é regulada pela organização política da sociedade, normas de conduta e pressões sociais decorrentes das tradições, costumes e padrões culturais predominantes nas comunidades onde vivemos. 7
  • 8. Em conclusão, a liberdade é a capacidade individual de autodeterminação, caracterizada por conciliar a autonomia e o livre- arbítrio com os múltiplos condicionantes naturais, psicológicos ou sociais que impõem tendências ao agir das pessoas. É a capacidade de pensamento, escolha e acção dos humanos, mas para que vivamos numa sociedade harmoniosa, teremos sempre de respeitar os outros e cumprir as regras prevista na lei. Nessa época, já éramos 10 irmãos e as dificuldades financeiras eram muitas, apesar de os meus irmãos mais velhos ajudarem a minha mãe monetariamente. Os meus irmãos também colaboravam com a minha mãe nas tarefas domésticas, porque ela era muito doente e não podia tomar conta de tantas crianças. Para além disso, ainda trabalhava em casa e na confecção de roupa. De facto, foram tempos vividos com muitas dificuldades. A minha mãe estava sempre doente, passava muito tempo internada nos hospitais, com dores nas pernas, dificuldade no andar, cansaço, dificuldades respiratórias e durante muitos anos pensava-se ser tuberculose, no entanto, não era, e os médicos não sabiam qual a sua doença. Por diversas vezes, a minha mãe esteve internada no Hospital S. João, no Sanatório no Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia, e no Hospital Joaquim Urbano. Contudo, no ano 1986, foi-lhe diagnosticada sarcoidose, uma doença rara que, quando lhe foi diagnosticada, só havia conhecimento de dois casos em Portugal. 8
  • 9. INFÂNCIA DOS 6 AOS 12 ANOS Aos 6 anos entrei para a escola primária de Cabêda, em Alfena. A minha primeira professora chamava-se Olinda, uma excelente profissional, com quem aprendi muito. Guardo boas recordações da D. Olinda lembro-me dela com um grande carinho, pois foi um pilar muito importante na minha vida. Estive com a professora Olinda até concluir a 3ª classe, ano em que reprovei devido ao elevado número de faltas justificadas. O motivo das faltas foi doença, na sequência de um acidente doméstico. O acidente doméstico ocorreu em casa, depois das aulas. Como éramos muitos irmãos jogávamos à bola, uns descalços outros com o que houvesse para calçar. O meu irmão mais velho, o José Carlos, calçava uns tamancos/socas de madeira do meu pai, ao chutar a bola soltou-se um tamanco do pé, foi pelo ar e caiu em cima da minha cabeça. De imediato desmaiei e fiquei com um grande golpe na cabeça. Após o sucedido, o meu pai levou-me a um enfermeiro que me coseu a cabeça, mas o ferimento não foi bem tratado e infectou. Penso que o enfermeiro se fosse um bom profissional teria rapado os cabelos em redor da ferida e lavado com bastante água oxigenada ou outro desinfectante, um procedimento que não teve. Também deveria ter aconselhado os meus pais a levarem-me a um hospital para ser observado por um médico. Assim sendo, o que aconteceu foi que o 9
  • 10. golpe foi piorando cada vez mais. Na sequência do acidente e da falta de cuidados médicos fiquei com uma grande e feia infecção, que me provocou muitas dores durante algum tempo. Constantemente a infecção reaparecia, dirigia-ma à clínica, onde a lancetavam, mas passados alguns dias surgia uma nova infecção, situação que se repetiu por várias vezes. O local onde vivia era propício a infecções devido às más condições financeiras, que se traduziam em higiene deficiente e fraca alimentação. O meu pai tinha uma oficina de serralharia em casa, local onde trabalhavam muitos empregados e tinha muito trabalho, mas apesar de ganhar muito dinheiro, infelizmente, também gastava muito. Estive sem frequentar a escola durante mais de 3 meses. Quando lá regressei, ainda, tentei recuperar o tempo perdido, com a ajuda da professora Olinda. Cheguei a ir alguns dias, depois das aulas, para casa da professora que morava em Ermesinde, estudar para tentar recuperar o ano, mas não foi possível e reprovei. No ano seguinte, fiquei na 3ª classe com a professora Luísa. Não gostei muito desta professora porque era má, gritava e batia muito nos alunos, era o oposto da professora Olinda, que era muito boa para os alunos. Esta experiência permitiu-me aprender que duas pessoas com a mesma profissão, apesar de desempenharem o mesmo trabalho, procedem de forma diferente. Todavia, apliquei-me e conclui a terceira e a quarta classe com sucesso e passei para a escola preparatória. 10
  • 11. Frequentei a escola preparatória do Barreiro, em Alfena, onde concluí o 5º e 6º ano. Gostei desta escola porque conheci novos colegas e muitos professores. Na escola preparatória havia mais liberdade e tínhamos muitos intervalos, mas tinha uma grande desvantagem, a grande distância que separava a minha casa da escola. Este factor fez com que tivesse de almoçar na escola e menos tempo para fazer os trabalhos escolares. Com a idade que tinha já mostrava alguma responsabilidade e depois das aulas, chegava a casa e ia para a oficina do meu pai trabalhar. Na oficina do meu pai faziam-se bancos e mesas em tubo. Normalmente, era eu que fazia as pernas dos bancos. Para as fazer utilizava um balancé manual que tinha um molde em que se metia o tubo que estampava e curvava até ficar em forma de U. Depois uniam-se os dois U’s em cruz com soldadura de eléctrodo para fazer as quatros pernas. De seguida, fazia quatro furos em cada banco com o berbequim, para apertar com parafusos o tampo de madeira. A seguir, com uma pequena rebarbadora, rebarbava as soldas e rebarbas dos tubos para não magoar as mãos. Costumávamos fazer, também, grades e portões de ferro. Para este tipo de trabalho eu cortava cantoneiras, barras, ferros t e ferros U numa grande tesoura com o molde do próprio ferro. Também usava a forja com carvão para aquecer o ferro em brasa, para puder fazer as peças decorativas das grades e portões. A determinada altura, preferia mais trabalhar na oficina, do que fazer os trabalhos de casa. Ainda me lembro, como se fosse hoje, 11
  • 12. que no final do primeiro mês de trabalho na oficina, nas férias de verão, fui surpreendido pelo meu pai com um envelope que continha duas notas de quinhentos escudos. Fiquei felicíssimo e comecei a dar mais valor ao dinheiro e importância ao trabalho. Naquele tempo tudo era manual, havia poucas máquinas, mas eu não me importava. Eu gostava de experimentar e trabalhar com as máquinas que existiam. Com 11 anos já cortava ferro, fazia furos, rebarbava e soldava ferro. Além de ajudar o meu pai na oficina, trabalhava no campo com a minha avó e os meus irmãos mais velhos. Nós criávamos alguns animais para o consumo doméstico, tais como: galinhas, patos, porcos, coelhos e tínhamos um viveiro com rolas e pássaros. Tínhamos coelheiras e galinheiros feitas em madeira, onde se criavam coelhos, galinhas, patos e, onde nasciam novas crias. Existia, também, uma corte para os porcos passarem a noite e os dias de Inverno com muita chuva. Nos dias de sol, as galinhas, os patos e os porcos andavam à solta no quintal. Eram criados em liberdade, o que fazia com que as carnes fossem mais saudáveis e de melhor qualidade. A minha experiência na agricultura e pecuária fez-me nutrir o gosto pela vida rural. Ainda hoje mantenho a minha horta, onde cultivo as minhas sementes e verduras, tenho também o meu galinheiro com galinhas, coelhos, patos e duas cabras. Fui uma criança que cresceu um pouco à força, mas feliz. Na minha infância estudei, trabalhei e apesar de todas as adversidades 12
  • 13. da vida, conclui o ensino preparatório com distinção, porque era bom aluno. Todos os anos, em Fevereiro, alugo um tractor agrícola, para lavrar e fresar as terras. Actualmente, tudo isto é possível, graças a uma grande evolução, que tem havido nos equipamentos agrícolas, nomeadamente nas máquinas e alfaias agrícolas, como, por exemplo, as fresas a estrutura das fresas é fabricada em aço macio, um material ferroso e que contem no máximo, 0.3 % de carbono e outros elementos considerados como impurezas. O aço é fácil de trabalhar, manualmente ou à máquina, solda-se facilmente e é caracterizado pela baixa tensão de rotura e elevada ductilidade, trabalhado a frio aumenta a resistência e reduz a ductilidade, que pode ser recuperada por recozimento. As facas da fresa, também, são fabricadas em aço, para garantir uma maior resistência ao choque e ao desgaste, podem ser submetidas a tratamentos térmicos, particularmente à têmpera, um tratamento térmico que confere mais dureza ao aço. O processo consiste no aquecimento de uma peça a uma elevada temperatura, designada por temperatura de têmpera. A peça é arrefecida, rapidamente, em seguida, ao ser mergulhada num fluído como a água, óleo etc., quando temperado, obtém-se uma peça com superfície dura e resistente ao desgaste. 13
  • 14. Alfaia agrícola (fresa) A terra é lavrada e fresada, manualmente, com a enxada, são abertos os regos na terra e semeio batatas, favas, ervilhas, feijão entre outros produtos. Também, abro os regos com a enxada, planto couves, tomateiros, pimenteiros, pepinos e cebolo. À medida que os produtos agrícolas vão crescendo, as plantações são regadas e tratadas. Removo as ervas daninhas, mexo a terra e aconchego-a às plantas com uma pequena enxada ou sacho. No momento certo, costumo deitar os produtos químicos, tais como, sulfato, venenos para escaravelhos e caracóis, necessários para que a horta cresça, sem nenhum problema. Tal como, a minha avó dizia: “ fazer os deveres à horta”. Como sou uma pessoa que se preocupa com o meio ambiente, esforço-me por preservá-lo. Sempre que utilizo pesticidas, manuseio as embalagens com precaução e leio com muita atenção os rótulos dos produtos. Assim sendo, considero que tomo todas as precauções necessárias. Na preparação das caldas dos pesticidas, lavo muito bem as embalagens vazias e guardo-as em local seco, fora do alcance das crianças. No final de todos os tratamentos feitos às plantações, faço 14
  • 15. a entrega das embalagens vazias, na Cooperativa de Agricultores de Valongo, onde são organizadas, anualmente, campanhas de recolha de embalagens vazias de produtos químicos utilizados na agricultura. Campanha de Recolha de Embalagens Vazias de Produtos Fitofarmacêuticos PRÓXIMO PERÍODO DE RECOLHA: 2 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2009 Na preparação da calda utilizo a água da lavagem das embalagens, para não a escoar na terra. Tenho muito cuidado no seu armazenamento, coloco-a em local seco, arejado e, principalmente, fora do alcance das crianças e animais. Deste modo, evito a contaminação dos caudais de água. Também, preocupo-me em não fazer queimadas, com as ramas das plantações e a poda das árvores. ADOLESCÊNCIA DOS 13 AOS 18 ANOS Com 13 anos de idade, feitos recentemente e após sair da escola, comecei a trabalhar com o meu pai, primeiro na sua oficina e depois na montagem de portas e janelas nas obras. A montagem de portas e janelas era um trabalho diferente, daquele que fazia na oficina. As janelas e as portas chegavam às obras nos camiões e, eram descarregadas e distribuídas pelos vários andares dos edifícios. Depois, colocávamos, individualmente, mástique na ombreira e soleira da janela ou porta, para esmagar com 15
  • 16. o alumínio, de modo a obtermos uma boa vedação. Em seguida, fazíamos os furos nas ombreiras, com um berbequim de furar pedra e apertávamos os parafusos. Quando a janela ou porta estava bem fixa, procedia à sua vedação, com mástique e efectuava os acertos finais. Na época, estabeleci contactos com outras pessoas, ligadas à área da serralharia e construção civil, pessoas com vastas experiências pessoais e profissionais. Estes novos contactos foram bons para mim, porque aprendi a relacionar-me mais e melhor com as outras pessoas e, também, a conhecê-las. O ALCOOLISMO Entretanto, o meu pai devido a problemas de saúde, relacionados com o álcool, teve um esgotamento e foi internado no Hospital Conde Ferreira. Esta doença condicionou, de certa forma, todo o seu futuro. Durante muitos anos, convivi, indirectamente, com um caso de alcoolismo. No início, a família não colocava a hipótese de ser tratar de alcoolismo. Apenas, achávamos que o meu pai bebia um pouco demais e justificávamos como causas mais prováveis para o problema, questões de ordem financeira e emocional. Com o passar dos anos, após alguns internamentos e às situações a agravarem-se, começámos a aceitar o facto de o meu pai ter um problema grave de alcoolismo, uma doença que o começou a atacar de uma forma lenta, disfarçada e que o levou à destruição. 16
  • 17. Não só lhe afectou o corpo, como também a mente, a família e a sua vida social. Quando alguém é dependente do álcool, é-lhe muito difícil viver, sem a sua regular ingestão, porque o organismo fica dependente desta substância. O consumo excessivo do álcool acarreta graves consequências para saúde do doente e da sua família, também é o grande causador da maioria dos acidentes de trabalho e viação. As consequências mais comuns na saúde são a cirrose hepática e ascite, conhecida por barriga de água, entre outras. Hoje em dia, penso que o alcoolismo é um problema grave que existe na nossa sociedade não só nos homens, mas entre as mulheres e, cada vez mais, nos jovens. As pessoas bebem bebidas alcoólicas, porque estão contentes ou querem ficar e pensam que agindo desta forma são bem aceites pela comunidade. A explicação está no facto de o álcool provocar desinibição. O alcoolismo é uma dependência que apenas com muitas campanhas de prevenção e sensibilização, principalmente, junto das camadas mais jovens da população, é que poderá vir a ser erradicada. 17
  • 18. O QUE APRENDI NA SERRALHARIA LEONEL BARANDELA O meu irmão mais velho, o José Carlos, com 19 anos de idade, abandonou a empresa e levou-a ao encerramento, por não se sentir preparado para avançar com o negócio do nosso pai. Dadas as circunstâncias, fui trabalhar para uma empresa de serralharia no Porto, a Leonel Barandela, Lda. Estive ao serviço da empresa, aproximadamente, três anos, local onde aprendi a trabalhar com maquinaria moderna, nomeadamente com a máquina de corte de disco, semi-automática; a máquina de cravar cantos das esquadrias das caixilharias; a máquina de fresar e a máquina de fazer curvas em alumínio lacado ou anodizado. Para além destas, utilizava a máquina de corte, de disco, semi-automática, em que se colocava o perfil com seis metros, encostava no batente com a medida a cortar, carregava num botão e o disco subia, automaticamente, para efectuar o corte. A máquina de fresar, também ela, semi-automática, em que se colocava o perfil na posição a fazer os rasgos para fechaduras, dobradiças, fechos e furos. Então, colocava os batentes de matriz e a máquina automaticamente efectuava todos os rasgos e entalhes. Na máquina de cravar cantos das esquadrias das caixilharias, colocava-se um canto em alumínio maciço, no interior das esquadrias, que encostava na matriz, carregava no pedal e o canto era cravado com uns punções que se faziam movimentar, através de uma bomba hidráulica. 18
  • 19. A máquina de fazer curvas em alumínio lacado ou anodizado funcionava com rolos de nylon, para não arranhar o alumínio, os rolos eram ajustados em função do perfil e do raio de curva a fazer. Assim, carregava num pedal que fazia movimentar os rolos, para traz e para frente, e o perfil deslizava de forma a ganhar a curva. Toda a maquinaria que utilizei era adequada para a concepção de caixilharia de alumínio, tais como janelas, portas, marquises bem como outras peças de serralharia. As caixilharias que, anos antes, eram feitas de matérias-primas como a madeira e o ferro, por serem mais baratas, passaram a ser feitas, cada vez mais, em alumínio, porque garante mais durabilidade, um melhor isolamento térmico e acústico, sem necessidade de tratamentos posteriores, como pinturas e envernizamento. Nos dias de hoje, já existem melhores caixilharias, concebidas com novos perfis de ruptura térmica e com a possibilidade de opção por cores diferentes, no interior e exterior. Foi na empresa Leonel Barandela, Lda., que comecei a desempenhar, nas obras, algumas funções de responsabilidade, tais como: recepcionar e conferir materiais, como, por exemplo, caixilhos, massas de vedação, acessórios e ferramentas que chegavam à obra com a respectiva guia de transporte e de serviço; tinha de identificar através dos desenhos de projecto da especialidade o que se ia aplicar nos caixilhos, se era de abrir, de correr ou fixo, bem como a posição de abertura das portas e janelas; efectuar contacto com o encarregado geral da obra, de forma a tomar conhecimento do 19
  • 20. funcionamento da obra e das normas de segurança no local de trabalho; distribuir as tarefas a efectuar pelos restantes colegas de trabalho; e dar diariamente conhecimento à empresa do andamento dos trabalhos. O voto de confiança dado pelo meu patrão, deveu-se à experiência que tinha adquirido com o meu pai e irmãos mais velhos. O meu patrão atribui-me a responsabilidade das montagens das caixilharias de alumínio nas obras dos edifícios, em vila d’este, em Vila Nova de Gaia, entre outras. ENTRADA PARA A EMPRESA BERNARDO COUTO Na época, como já demonstrava ser muito responsável e com capacidade para executar qualquer trabalho fui convidado para trabalhar noutra empresa, a ganhar o dobro do salário. Esta empresa, a Bernardo Couto Lda., com sede no Monte da Caparica, no Concelho de Almada, estava ligada ao ramo da construção civil e obras públicas. Antes de aceitar a proposta, fui falar com o meu patrão, o Sr. Leonel e expliquei-lhe as minhas razões, ou seja, que pretendia ir mais além, ganhar mais dinheiro, mais experiência, mais conhecimento, conhecer novas pessoas e outros lugares e, principalmente, aprender a fazer outros trabalhos. O Sr. Leonel até me ofereceu mais dinheiro, mas as questões monetárias, como já referi, até nem eram as mais importantes, e perante tais fundamentos o meu patrão ficou convencido com os 20
  • 21. meus argumentos e com a minha determinação em mudar. Achou que fui sincero e que era digno desta nova oportunidade, assim sendo, prescindiu do comprimento do tempo de dois meses a dar à casa, com o acordo de eu prescindir de ser ressarcido de alguns dos meus direitos e pagando-me apenas os subsídios de férias e de Natal do ano a decorrer. Mas, apesar de tudo, deixando-me a porta da sua empresa sempre aberta, a um possível regresso da minha parte. O que não se chegou a verificar, mas ainda hoje tenho boa relação com o Sr. Leonel Barandela. Na nova empresa Bernardo Couto Lda. trabalhava o meu cunhado Orlando Nova e, um irmão mais velho, o António João. Estive na empresa durante ano e meio, e desempenhei várias funções. Fui soldador na Siderurgia Nacional e na Quimigal, durante empreitadas de manutenção, chamadas de paragens em sectores específicos de produção das fábricas. No caso concreto, da Siderurgia Nacional, em paragens de uma semana, trabalhávamos 24 sobre 24 horas, de modo a ser feito o mais rápido possível. Uma vez que parava um forno e toda linha de lingotes de ferro, para ser feita a manutenção e reparação das estruturas, carros de transporte e tapetes e carril das pontes rolantes. Onde com soldadura, fazia o enchimento e correcção, pois derivado ao calor existia um maior desgaste dos materiais circundantes ao forno e ao transporte dos ferros em brasa. Na Quimigal, as empreitadas eram, principalmente, quando por avaria dos silos, rolos dos tapetes de transporte e enchimentos de 21
  • 22. adubos e outros químicos, tínhamos de trabalhar dias e noites seguidos, se necessário, para fazer as reparações, de forma a minimizar os prejuízos da paragem. Este trabalho era um pesado, mas melhor renumerado. Nestas empreitadas, só utilizei a soldadura com eléctrodos revestidos, pois na época, ainda, eram poucas as empresas com equipamentos para todo o tipo de soldaduras, por serem muito caros os postos de soldadura. Contudo, ao longo dos últimos anos, fui adquirindo conhecimentos para a utilização de todos os equipamentos que executam todos os tipos de soldadura. Ao serviço desta empresa, aprendi e trabalhei com várias máquinas pesadas, tais como tractores, retroescavadoras, moto niveladoras, autobetoneiras e gruas. Para operar com estas máquinas, assisti a várias acções de formação no local de trabalho, dadas pelos técnicos da marca e pelo pessoal da empresa. As formações tinham como objectivo a boa utilização das máquinas, ensinavam-nos a conhecer e a respeitar as normas que garantiam a segurança dos equipamentos, operadores, terceiros e bens existentes no local. A utilização das máquinas exigia o respeito das normas de segurança, previstas para termos em consideração antes da sua utilização e para isso tinha sempre de consultar o livro de instruções. Este guia ensinou-me como testar a pressão dos pneumáticos; a fazer a verificação do bom estado dos engenhos de trabalho; nas 22
  • 23. manobras, a evitar movimentos bruscos e a manter ligadas as luzes de indicação de máquina em movimento; a usar cinto de segurança; e, capacete de protecção. A empresa Bernardo Couto Lda. estava mais vocacionada para obras públicas, aterros e desaterros. Eram, essencialmente, obras de duas a quatro semanas. Por exemplo, em certas ruas, era necessário passar cabos e tubagens para a rede de telecomunicações e eu costumava operar nessas obras, com várias máquinas diferentes. Tanto usava o tractor, com um engenho de furar terra para a colocação de postes; a moto niveladora para a nivelação de terras nas estradas, ruas e caminhos de passagem de cabos e tubos; como a retroescavadora para abrir e tapar as valas de passagem dos cabos e tubagem; usava a auto betoneira, onde se fazia a massa e transportava para construção e reparação de passeios; bem como gruas para descarga de materiais pesados e a máquina de alcatrão betuminoso, onde se colocava o bidão de 200 litros de alcatrão numa caldeira para aquecer e derreter, que depois com a gravilha, ou seja, com pequenas pedras se tapava os buraco nas ruas. ADULTO Quando fiz 18 anos comecei a tirar a carta de condução. Como estava a trabalhar no sul do país, vinha ao norte ao fim- de-semana, apenas uma vez por mês. A minha namorada vivia em 23
  • 24. Ermesinde e comecei a ficar cansado da vida longe de casa e com saudades da namorada e da família. Entretanto, faleceu o pai da minha namorada Mónica, hoje minha mulher, porque já estava doente há algum tempo. Este acontecimento influenciou e acelerou, de certa forma, o meu regresso ao norte. Resolvi voltar às origens e fui trabalhar para a serralharia da fábrica da igreja de Alfena, durante alguns meses. Enquanto lá estive, tirei a carta de condução, na escola de condução valonguense, em quatro meses. Na época, trabalhava na fábrica da igreja durante o dia e à noite em casa, num pequeno espaço. Comecei a fazer alguns serviços de serralharia para pessoas conhecidas e como o meu trabalho foi reconhecido, comecei a angariar novos clientes e muito trabalho para fazer. EMPREENDORISMO I O reconhecimento do meu trabalho, levou a que no início do ano de 1992 ficasse em casa e criasse uma empresa em nome individual, na área de serralharia. Com o objectivo de iniciar actividade, desloquei-me ao serviço de finanças de Ermesinde, onde tomei conhecimento dos procedimentos a ter. Com a ajuda de um contabilista, reuni toda a documentação necessária e ultrapassei todas burocracias próprias do nosso sistema fiscal, que naquele tempo eram muito maiores do que 24
  • 25. hoje e, assim, nasceu a serralharia de construção civil de Laurentino João Cardoso de Barros. Como no primeiro ano a facturação prevista não era superior a 2000 contos, iniciei a actividade no regime de isenção do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA), no entanto, no ano seguinte passei ao regime de IVA, a ser cobrado ao cliente. Na época, o imposto era 16%, taxa que tem sofrido vários aumentos, por parte da administração fiscal, nos últimos anos. O negócio cresceu em pouco tempo e fui forçado a recrutar o meu irmão Júlio José para trabalhar comigo. O Júlio tem menos três anos do que eu e, actualmente, é meu sócio. Fui adquirindo maquinaria, pois da oficina do meu pai não restou nada, inclusive as instalações, que foram alugadas, alguns anos antes, a um indivíduo para uma oficina de automóveis. O negócio da serralharia cresceu rapidamente e fui ampliando as instalações, já que terreno não faltava na casa dos meus pais. Esta fase da minha vida foi muito complicada, porque passei por muitas dificuldades. Como era jovem tive muitos falsos amigos que tentaram desviar-me para maus caminhos. Propunham-me grandes negócios duvidosos e de risco elevado, também, aliciavam- me para comprar carros, jogar e a frequentar bares nocturnos. Mas não me deixei influenciar, porque já tinha assistido à queda da empresa do meu pai, por causa de não ter tido cabeça e ter sido influenciado pelos falsos amigos. A experiência de vida do meu pai 25
  • 26. serviu-me de exemplo a não seguir e decidi que não queria acabar como ele. SERVIÇO MILITAR O ano de 1992 foi muito importante, pois passei por várias experiências, umas boas e outras más. Criei e desenvolvi a empresa, mas no final do ano soube que iria cumprir o serviço militar obrigatório. Esta situação foi muito estranha para mim, porque nas listagens afixadas na sede da junta de freguesia, entre tantos jovens meus colegas de escola e infância, fui o único a ir cumprir serviço militar. Ainda por cima, tinha de me apresentar no dia 11 de Janeiro de 1993, no Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS). Tive pouco mais de duas semanas para me habituar à ideia de ir cumprir o serviço militar e para resolver o problema do trabalho que tinha para realizar, que era bastante. O serviço militar não foi mau de todo, pois aprendi muito. O RALIS era um regimento de formação de condutores, apliquei-me nas aulas de condução teórico-práticas e de mecânica, acabei por tirar a carta de condução de pesados e autocarros, com alguma distinção, Passada a fase da recruta que durou onze semanas, fui destacado para cumprir o restante serviço militar no quartel de Queluz. Neste quartel fiquei, então, destacado para condutor de serviço de transporte de militares graduados num autocarro de carreira diária com a volta de Setúbal. 26
  • 27. Como condutor do autocarro tinha a responsabilidade de, ao fim do dia, levar os militares residentes na margem sul do Tejo, ou seja, da Costa da Caparica até Setúbal e pernoitava no quartel da Trafaria, no concelho de Almada. Também, neste local a viatura era parqueada. Na manhã do dia seguinte, por volta das seis horas, fazia a volta no sentido contrário. Realizei esta tarefa até ao final do meu serviço militar. Foto de militar. O meu irmão Júlio José que trabalhava comigo, só tinha 16 anos e, embora, soubesse fazer o trabalho, porque era como eu aprendia muito bem, havia um problema, não tinha idade para ter carta de condução e para se deslocar às obras. Sabia que não podia contar com o meu pai, que tinha a saúde muito debilitada, para a resolver problemas, nem com os meus irmãos mais velhos que já tinham os seus empregos e tive que admitir um funcionário, para conduzir a carrinha com os materiais nas deslocações para as obras, durante os dias de semana. 27
  • 28. Ao fim-de-semana, não era necessária a colaboração do funcionário, porque eu regressava ao final da tarde de sexta-feira. Trabalhava na noite do dia da chegada, no sábado, durante todo o dia e, às vezes, ao domingo para conseguir fazer as obras. ORÇAMENTOS Para além das tarefas de um serralheiro, também, fazia orçamentos. Após o primeiro contacto com o cliente que me pedia um orçamento, deslocava-me ao local da obra, para fazer as medições do trabalho a realizar. Regressava a casa e na oficina fazia um levantamento dos materiais necessários para a execução do trabalho, bem como, o tempo da mão-de-obra dispendida na fabricação e montagem. Na elaboração do orçamento somava as despesas, como a luz e o desgaste das máquinas, posteriormente, acrescentava uma margem de lucro de 30%, o respectivo IVA e chegava ao valor total. Num livro de orçamentos escrevia, manualmente, a descrição da obra, assim como o seu valor, colocava as condições de pagamento e prazos para conclusão dos trabalhos, assinava e colocava o carimbo. Por último, o orçamento era entregue em mãos ao cliente que, às vezes, decidia na hora e outras optava por me contactar posteriormente. Também, visitava os clientes, preparava e planeava o serviço a realizar durante a semana. 28
  • 29. Na minha vida privada, também elaboro orçamentos, nomeadamente o orçamento do meu agregado familiar. As receitas referem-se, essencialmente, aos vencimentos salariais, o meu e o da minha mulher. As despesas são divididas em dois tipos, as despesas fixas e as despesas variáveis. As fixas são aquelas que ocorrem todos os meses, e por isso, são previstas com antecedência. Por exemplo: a ama da nossa filha, a alimentação, a água, a luz, o gás, as comunicações (telefones e TV por cabo), gastos com combustível, manutenção e limpeza jardins. 29
  • 30. Orçamento Familiar RECEITAS As Vencimentos variáveis serão aquelas que não ocorrem todos os meses, e Laurentino Barros 1.260 € Mónica Martins 656 € Abonos Andreia Barros 31 € Total rendimentos 1.957 € DESPESAS Despesas fixas Alimentação, Supermercado, Talho, Peixe 400 € Produtos Higiene e Limpeza 100 € Ama – Andreia 80 € Água 40 € Gás 20 € Electricidade 70 € Comida do Cão 60 € Seguros 27 € Telefones + TV Cabo + Internet 80 € Jardim Manutenção e Limpeza 80 € Quotizações a Associações 17 € Combustível 65 € Despesas variáveis Compra de Roupa 120 € Ida ao Cinema, Teatro e Exposições 70 € Assistir a Jogos de Futebol 80 € Compra de CDs, DVDs, Livros e Revistas 60 € Manutenção Automóvel 70 € Idas ao Cabeleireiro 35 € Saúde Consultas e Tratamentos 90 € Restaurantes 14030€ Total das Despesas 1.704 € POUPANÇAS
  • 31. Como a minha família é constituída por três elementos e com diferentes necessidades individuais, as despesas têm de ser planeadas em conjunto. Tendo em conta o nosso orçamento familiar, frequentemente, em reuniões de família projectamos, discutimos e decidimos conforme as medidas a tomar. Temos em sempre em consideração, as várias possibilidades de novos investimentos, mas consideramos em primeiro lugar as despesas prioritárias, tais como, a educação, a formação, o bem- estar e a saúde da família. Deixando, assim para segundo plano, os desejos e as outras necessidades supérfluas de cada membro da família. Com a colaboração de todos os membros da família, chegamos a um consenso, em relação às nossas necessidades e alcançamos, da melhor forma possível, os nossos objectivos do orçamento, sem nos esquecermos da nossa estabilidade financeira. Alcançados os nossos objectivos do orçamento e após análise, fazendo algum esforço financeiro e reduções em algumas despesas pontuais, poderíamos subscrever um PPR- plano de poupança reforma. Assim, dependendo da instituição e do produto que se quer pode-se subscrever um PPR com apenas 150€, reforçando a poupança com entregas periódicas mínimas mensais de 50€. As taxas de juros garantidas resultantes deste tipo de poupança, podem rondar os 2.5% e os 3%, conseguindo-se assim, cada vez mais, um 31
  • 32. importante complemento á reforma, a fim de se evitar depender ou usufruir dos rendimentos dos filhos no futuro. No caso concreto da minha família, não subscrevemos nenhum tipo de PPR porque estamos a fazer outras poupanças, no sentido de fazer obras de ampliação da nossa casa, em virtude do projecto actual, que é a de ter mais um filho, mas é uma possibilidade no futuro. Actualmente, os únicos produtos que temos numa instituição bancária pertencem à nossa filha, uma conta a prazo, poupança caixa projecto. O capital só pode ser levantado quando a nossa filha tiver 18 anos. Nesta poupança, colocamos o abono a crianças e jovens, bem como as ofertas por parte dos familiares e amigos que são feitas à Andreia, no seu aniversário e épocas festivas. Estas aplicações irão proporcionar um melhor futuro à nossa filha. CASAMENTO Dois anos mais tarde, como já namorava há algum tempo, resolvi casar e como “quem casa quer casa”, eu não fui excepção, então como a casa dos meus pais era muito grande, apesar de ser antiga e precisar de obras, durante o ano de 1995 decidi fazer-lhe uma grande reforma, reconstruí-a e ampliei-a de forma a ficar uma casa para os meus pais e outra para mim. A casa que ficou para mim e onde, actualmente, vivo tem uma particularidade, o facto de a minha sala de estar ter sido o quarto dos meus pais, portanto, o local onde nasci. 32
  • 33. No mês de Março de 1996, comecei a tratar do casamento, falei com o padre de Alfena para pedir a transferência para Ermesinde, terra da noiva. A Mónica queria casar em Ermesinde, logo, acertei com o padre a data da cerimónia para o dia 27 de Julho de 1996. Tratei das certidões necessárias na Conservatória do Registo Civil e de arranjar um local para a festa. Como o casamento era no Verão, tive de tratar com antecedência do local do copo de água, porque havia muita procura. No entanto, conhecia o restaurante rural O Beco, em S. Romão do Coronado que me facilitou na escolha. Na época, os valores por pessoa rondavam os 5.000 escudos, mas como era muita gente, consegui, facilmente, chegar a acordo com o Sr. Arménio para a organização do copo de água, por 4.500 escudos, com tudo incluído. A ementa do evento incluía as entradas, três pratos, canja ou sopa, bebidas, bolo de noiva e todos os outros doces. Para além de comes e bebes, a festa teria muita música. 33
  • 34. A minha casa A reforma da casa terminou e eu casei no ano seguinte, no dia 27 de Julho de 1996. O meu casamento O meu casamento foi como mandava a tradição, um casamento na igreja com a noiva vestida de branco e o noivo trajado a rigor, muitos convidados e uma grande festa que contou com muita música e dança. No dia do casamento partimos em lua-de-mel, para uma viagem de oito dias pelo sul do país, para conhecermos o Alentejo e Algarve, regiões que só conhecia através do livro As Mais belas Vilas e Aldeias de Portugal. Estas regiões têm climas mais quentes e secos, menos vento, paisagens mais planas, praias mais limpas, com águas mais quentes e pessoas muito simpáticas. Na viagem aproveitei para conhecer o património histórico, nomeadamente monumentos e zonas históricas, que é uma das 34
  • 35. maiores riquezas de Portugal, embora, mal conservado. No meu entender, o património arquitectónico português deveria ser restaurado e preservado. SERRALHARIA BARROS Lda . Decorria o ano 1996 e resolvi passar a empresa de nome individual para uma sociedade limitada: Serralharia Barros Lda. Uma sociedade é uma união de duas ou mais entidades ou pessoas com um objectivo traçado, a fim de alcançar o sucesso numa determinada acção ou segmento de mercado. Actualmente, a sua gerência é composta por partes iguais, uma minha e outra do meu irmão Júlio José, porque trabalha comigo, praticamente, desde o início. Nos tempos que se seguiram, fui modernizando a empresa acompanhando a evolução das novas tecnologias e adquiri máquinas modernas, tais como, máquinas semi-automáticas de corte, de fresar, prensar, soldar, corte e quinagem de chapa, para melhorar e aumentar a produção de caixilharias e estruturas metálicas. Adquiri, também, equipamentos informáticos tais como, fotocopiadora, fax, impressora, telemóveis e um computador com software de facturação. Equipamentos e software que após uma pequena acção de formação, dada pelo técnico de informática, alguma paciência e vontade de aprender, comecei a utilizar rapidamente e sem dificuldade como por exemplo o programa Comercial 97, um 35
  • 36. programa de facturação, orçamentos, guias de remessa e transporte e gestão de stocks. Hoje, posso dizer que trabalho bem com vários programas informáticos (software). Utilizo, diariamente, na empresa: o Microsoft Office 2007, o Windows Mail, o Autocad2009, o Internet Explorer e um programa de Ponto, gestão e controle de produção da Dimep. Foi também no ano de 1996, comprei o meu primeiro telemóvel, na TELECEL, uma grande máquina, pois era um Alcatel S400, um modelo razoável, se tiver em consideração a relação custo/qualidade. No meu trabalho, a comunicação com clientes e fornecedores é essencial. O telemóvel veio permitir que estivesse sempre contactável, em qualquer lugar, e poupar algumas deslocações, tanto minhas como dos meus clientes, para a troca de informações relacionadas com as obras. Na minha vida, o telemóvel tornou-se um objecto bastante útil, porque me permite comunicar com um grande número de pessoas e entidades no contexto privado e profissional. De início, os telemóveis eram grandes e serviam apenas para fazer e receber chamadas, mas rapidamente evoluíram, diminuíram o tamanho e passaram a incorporar máquina fotográfica, leitor e gravador de vídeos, bluetooth, internet e até a possibilitar a realização de vídeo-chamadas. O telemóvel transmite e recebe ondas de rádio ou radiações electromagnéticas numa determinada frequência. O seu 36
  • 37. funcionamento baseia-se na transmissão de sons, imagem e mensagens escritas. Lembro-me de, quando era criança, só haver telefones fixos em algumas casas e nas estações de correios. Na minha casa existia telefone porque o meu pai tinha uma oficina e precisava para comunicar com os fornecedores e clientes. No entanto, o que era um bem raro tornou-se vulgar devido à grande evolução no sector das telecomunicações. Hoje, graças ao aparecimento das novas tecnologias em especial do telemóvel e do computador com ligação à Internet, posso gerir de uma maneira mais eficaz e confortável, a minha vida pessoal e profissional. Utilizo as novas tecnologias para consultar as contas bancárias; fazer pagamentos; dar ordens de transferência de dinheiro; requisitar cheques; consultar facturas, gastos de telemóvel e Internet; ver o tempo para o dia seguinte; saber quais as farmácias de serviço; ter acesso às notícias 24 horas por dia; saber quais os filmes e horários do cinema e teatro; a programação dos canais da televisão; ofertas comerciais; entre outras coisas. O meu actual telemóvel é um Qtek S200, no ano de 2008 teve uma avaria, o altifalante deixou de funcionar, como é óbvio deixei de poder ouvir quem falava do outro lado. Peguei no livro de instruções e li-o à procura de respostas, pensei que poderia ser um problema de definições do equipamento, mas não encontrei a solução e decidi então recorrer à assistência técnica para resolver o problema. 37
  • 38. Fui, então, à loja de assistência técnica da Optimus, que era a operadora que me prestava o serviço de telecomunicações móveis, há mais de seis anos e situada no Freixieiro, em Matosinhos. No balcão de atendimento falei com o funcionário que lá se encontrava e expliquei-lhe o que se passava com o telemóvel e, disse-lhe que o equipamento estava, ainda, coberto pela garantia, mostrei-lhe a factura como prova da compra, uma vez que tinha sido comprado há menos de um ano e a garantia do fabricante era de dois anos, logo, o telemóvel iria ser reparado gratuitamente. Pensei que seria uma avaria fácil de resolver, mas não foi e tive de lá deixar o telemóvel. O tempo previsto, pela marca do equipamento, para o conserto era de, mais ao menos, 25 dias úteis. Fiquei muito aborrecido porque o Qtek S200 é um equipamento topo de gama e caro, que não deveria avariar tão facilmente. Como eu não podia ficar tanto tempo privado de uma das minhas mais importantes ferramentas de trabalho, o telemóvel, comecei a pensar em comprar outro, mas não foi necessário, porque o funcionário alertou-me para a possibilidade do empréstimo de um equipamento de substituição. Achei uma boa medida, porque facilita bastante a vida aos clientes, ao evitar deste modo mais despesas. Mobile phones have other features beyond sending text messages and making voice calls, including Internet browsing, music playback, memo recording, personal organizer functions, e-mail, 38
  • 39. instant messaging, built-in cameras and camcorders, ringtones, games, radio, infrared and Bluetooth connectivity, call registers, ability to watch streaming video or download videos for later viewing, video calling and serving as a wireless modem for a PC. Qtek S200 Specifications Size: 108 x 59 x 18 mm Weight: 150 g Screen: 240 x 320 px Networks: 850 / 900 / 1800 / 1900 Camera MP3 Player Memory Card: SD Java Support Date Added: April 26th, 2006 39
  • 40. AS DESVANTAGENS DOS TELEMÓVEIS Considero que os telemóveis, também, têm aspectos negativos, perde-se um pouco o contacto com as pessoas, a proximidade física, perde-se, principalmente, a língua portuguesa, pois vamos adquirindo hábitos de escrita, pouco recomendáveis, com mensagens abreviadas e através de sinais, muitas vezes, difíceis de entender. A MINHA FILHA O ano de 1999 marcou-me muito, porque no dia 20 Maio de 1999, nasceu a minha filha, a Andreia Filipa, talvez a coisa mais linda e importante da minha vida, que veio atenuar a dor provocada pela perda do meu pai, que tinha falecido, subitamente, no mês de Fevereiro do mesmo ano. Durante a gravidez da Mónica, a minha mulher, não foi possível sabermos o sexo do bebé, só aquando do nascimento é que soube que era uma menina e fiquei muito feliz. A minha filha é a menina dos meus olhos. Andreia Filipa (filha) 40
  • 41. A morte do meu pai, foi o resultado da sua falta de zelo pela saúde, actualmente, sensibilizado por esse passado, tenho outra forma de encarar o tema saúde, não só a minha mas também da minha família. A minha filha, desde o seu nascimento tem sido acompanhada por um pediatra, tem consultas de rotina, acompanhamento do crescimento e cumpre o plano de vacinação. As vacinas são muito importantes, ajudam a prevenir muitas doenças. EMPREENDORISMO II Em 2002, como sou uma pessoa empreendedora, comecei a desenvolver um projecto que tinha de construir caravanas, a partir de um semi-reboque, nomeadamente, caravanas de grande dimensão. A ideia foi inspirada em construções feitas em Espanha. Estabeleci alguns contactos e, após algumas deslocações à fábrica de caravanas Rioja, localizada na cidade com o mesmo nome, no norte de Espanha, consegui obter alguns conhecimentos básicos sobre o processo de construção das caravanas. Numa primeira fase, direccionei o negócio para clientes do ramo circense e mais tarde para feirantes, proprietários de divertimentos em romarias e festas. Ao longo do tempo, fui modernizando os métodos de concepção das construções, actualizando materiais e matérias-primas, bem como automatizando os sistemas de abertura das caravanas, com sistemas 41
  • 42. electromecânicos e hidráulicos e os acabamentos interiores com decorações adequadas às necessidades de cada cliente. A construção das caravanas inclui um vasto leque de profissões como a serralharia, carpintaria, marcenaria, electricidade, pichelaria, ladrilhador, designer e pintura auto. Para construirmos uma caravana começamos por fazer o projecto, ou seja, o desenho das estruturas, especialidades e dos acabamentos; calculam-se os materiais necessários, em função das medidas e pesos de forma a garantir a estabilidade da caravana; e inicia-se a fabricação do esqueleto da estrutura com vigamentos e perfis tubulares de ferro. Estrutura da caravana. Na estrutura de uma caravana é, previamente, deixado o espaço das janelas e portas, assim como as divisórias interiores. Quando a estrutura de ferro está completa, é feito o tratamento de pintura anti-corrosiva com primário TRIEPOZINC, um primário epoxi de dois componentes formulado à base de resinas epoxi e pó de zinco, endurecido com resinas de amimas, com as seguintes 42
  • 43. características: tempo de secagem ao tacto, 30 minutos; em profundidade, 1 hora; espessura mínima recomendado 50μm espessura seca; rendimento teórico 1 litro/ 10m2; tempo de vida da mistura (23,0 ± 0,5ºC) Cerca de 8 horas; relação da mistura, 3 de base para 1 de aducto; diluição com diluente TRIDIL EPOXI, cor da base cinzento, brilho mate, densidade a (23,0 ± 0,5ºC) - 2,74 g/cm3, teor em sólidos 60%, ponto de inflamação> 23ºC. Depois de tratada a estrutura, procedemos ao isolamento exterior, em todo o perímetro da caravana, com painéis de madeira com pele de fibra e poliéster. Após a colocação dos painéis exteriores são feitos os remates com perfis de alumínio em volta de todas as aberturas e extremidades da estrutura, são colocadas as caixilharias, estores eléctricos e, de seguida, avançamos para a preparação e pintura final do exterior. Preparação pintura exterior. Entretanto, iniciamos os trabalhos no interior. As tubagens da água fria, água quente, esgotos e todas as cablagens eléctricas são colocadas no interior das paredes, em locais predefinidos, 43
  • 44. Pormenor tubagens e cablagens. Em seguida, é projectado nas paredes e tecto uma camada de poliuretano, um material plástico celular fabricado com matérias- primas de alta qualidade. O poliuretano é uma mistura de duas substâncias, que se encontram no estado líquido (Poliol + Isocianeto) e que é projectado nas superfícies a isolar através de uma máquina especial. A reacção química que se dá é rápida e exotérmica. O calor libertado na reacção, origina a vaporização dos agentes espumantes, o que faz com que na mistura líquida se originem micro bolhas de gás, resultando um aumento do volume na ordem de 25/35 vezes o volume inicial. Em poucos segundos, adquire o aspecto de uma estrutura plástica tridimensional com um poder isolante superior a qualquer outro material. A expansão da espuma deve-se à acção de HFC e CO 2 , decorrente da reacção química da água com o isocianato, de tal forma que a proporção de gases dentro da célula na espuma, ainda não envelhecida, é HFC = 35 - 50%CO2 = 65 - 50%. 44
  • 45. Depois de retirado o excesso da expansão começa o acabamento interior, primeiro com umas placas de pré forro e depois com o acabamento final, normalmente na cozinha e casa de banho, é colocado nas paredes e piso cerâmica e nas restantes divisões no piso de cerâmica e nas paredes e tectos é utilizado placas de mdf lacados, colocam-se as portas interiores e os aparelhos de ar condicionado. Interior da caravana sala Os acabamentos interiores variam conforme o cliente e a ajuda do nosso designer, que tem um papel importante nos acabamentos, na conjugação dos materiais de decoração, iluminação e mobiliário. Quarto crianças A construção da caravana fica concluída com a aplicação dos electrodomésticos e louças da casa de banho. 45
  • 46. I decided to identify some symbols that we should take care to not ruin our clothes when we wash them. Caravana com electrodomésticos 46
  • 47. Caravana casa banho Na construção das caravanas, tenho sempre em conta a utilização de materiais que sejam o menos inflamável possível e os que garantam a maior estabilidade e durabilidade da caravana, a fim de evitar a necessidade de fazer muitas assistências. A construção da caravana é acompanhada desde o seu início, por um engenheiro mecânico que fiscaliza e garante o comprimento das medidas e das normas de segurança da construção, para ser inspeccionada na delegação do IMTT do Porto, para homologação como reboque vivenda especial feira ou circo. Temos uma equipa preparada para se deslocar até ao cliente em qualquer hora e lugar e actuar de acordo com as necessidades em caso de avaria, defeito de materiais ou fabrico. É também norma da minha empresa, na assinatura dos contratos da construção da caravana, celebrar e assinar com o cliente um termo de responsabilidade e de garantias para o caso de avarias por defeito dos materiais e fabrico, com uma cláusula de ficar retido pelo cliente uma verba de 5% do valor total da construção num período de 12 meses após a entrega da caravana ao cliente, valor esse que não poderá ultrapassar os 5.000€ e será pago findos os 47
  • 48. doze meses de garantia ou em data anterior caso se verificar mau uso do equipamento por parte do cliente. Foto: caravana pronta. ASSOCIAÇÕES Decorria o ano de 2002, recebi um convite de um amigo, o José Maria, para fazer parte e ajudar a treinar uma equipa de futebol de juniores, no clube desportivo de S. P. Fins, na cidade da Maia. Como fizemos um bom trabalho, na época seguinte, fomos convidados para treinar outra equipa de juniores, mas de um clube com outra dimensão e melhores condições. Esse clube foi o clube desportivo de Águas Santas, também na cidade da Maia, onde acumulava as funções de treinador adjunto com o cargo de director do futebol júnior. 48
  • 49. Cartão de Director Como as pessoas para ajudar as colectividades desportivas são poucas, ajudava sempre que possível. Ao domingo de manhã, sempre que nos deslocávamos aos campos de futebol dos clubes adversários, era eu quem conduzia o autocarro que transportava a nossa equipa. No ano seguinte, houve eleições no clube, que foram disputadas entre duas listas. A assembleia-geral de associados foi marcada com o objectivo de eleger os órgãos da direcção e os membros da assembleia e realizou-se no salão nobre, dos Bombeiros Voluntários de Nogueira da Maia. Estas eleições tiveram uma grande adesão de associados e foram realizadas através do método da mão no ar. O presidente da mesa da assembleia apresentou as listas A e B, e perguntou aos associados quem votava em cada uma das listas. Também, perguntou quem se abstinha. Seguidamente, foi feita a contagem dos votos e venceu a lista B com um maior número de votos e, que representava o grupo desportivo de Águas Santas. 49
  • 50. O presidente eleito foi o Sr. José Augusto Aguiar, opção que não me agradou, porque tinha algumas ideias novas, das quais eu discordava e, então, resolvi sair. ” Em Portugal, a partir do 25 de Abril de 1974, cada cidadão pode ter acesso a um conjunto de associações a que se pode livremente associar. As associações mais comuns, no nosso país, são as associações de caça, pesca, dança, folclore, desporto, os grupos recreativos e culturais, etc. Nos últimos anos, as associações têm sofrido uma redução no número de associados. São vários os factores que podem servir de justificação para o facto, nomeadamente a dificuldade em pagar as cotas, a falta de tempo livre e a rigidez dos órgãos dirigentes que muitas vezes provocam o abandono dos associados. TRABALHO VOLUNTÁRIO O trabalho voluntário para além de ser uma necessidade para muitas pessoas, para outras é uma busca de alternativas para mudar algo que não está bem, para transformar a realidade em que vive o voluntário ou o seu semelhante. No trabalho voluntário, a acção parte da vontade de cada um de realizar algo em benefício de terceiros. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU): 50
  • 51. “ Voluntário é toda pessoa que, devido ao seu interesse pessoal dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de actividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou em outros campos ”. A prática do trabalho voluntário tem aumentado, mas não o suficiente. Há muito por fazer, porque as desigualdades sociais são grandes, principalmente no que se refere ao desemprego, violência e falta de assistência. O Estado, por vezes, não consegue dar respostas com qualidade à população que dele necessita, e, também, é nossa a responsabilidade procurar alternativas para que surjam as mudanças. Qualquer um pode desenvolver uma actividade que possa contribuir para uma melhor qualidade vida de terceiros. Todos nós podemos contribuir para uma melhor e mais justa sociedade. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal.” - Constituição da República Portuguesa, Art. 46.º, Nº1. EU , TREINADOR DE FUTEBOL Acabado de sair do grupo desportivo de Águas Santas comecei uma nova aventura, fui com o meu amigo José Maria treinar um clube de futebol amador, de seniores, o Reguenga futebol Clube, que estava a disputar o campeonato Inter Municipal e Municipal da Câmara Municipal de Santo Tirso. 51
  • 52. No Reguenga Futebol Clube comecei como treinador adjunto, mas acabei por ser treinador e jogador, pois tinha muito jeito para o futebol, visto que toda a minha vida joguei à bola com amigos e em pequenos torneios organizados por clubes, principalmente, na época de Verão. Os jogos eram disputados ao sábado à noite ou ao domingo de manhã. No Reguenga futebol Clube joguei regularmente até ao fatídico dia 19 de Março de 2005, num jogo realizado fora, contra o Lamelas Futebol Clube. Aos 15 minutos de jogo, quando sofri uma grave lesão no ombro direito, uma luxação da clavícula, com rotura do ligamento. O massagista do clube fez os primeiros tratamentos e após verificar a gravidade da lesão, fui levado às urgências do hospital de São João, no Porto. Neste hospital, fui observado no serviço de ortopedia, onde me fizeram uma radiografia e a imobilização do braço. Como tinha seguro de acidentes pessoal, fui encaminhado para a companhia de seguros. No dia seguinte, apresentei-me no Instituto de Saúde do Marquês, clínica da companhia de seguros Vitória. Após a consulta com o médico de ortopedia da companhia, fiquei com o braço imobilizado durante cinco semanas. Após esse período, o médico constatou que seria necessário efectuar uma intervenção cirúrgica, porque a clavícula estava deslocada. Fui operado no hospital de Santa Maria, no Porto, pelo doutor Rui Matos, que me colocou ferros no ombro para fixação da clavícula. 52
  • 53. Passado um mês, os ferros foram retirados, pela mesma equipa médica que realizou a cirurgia e na mesma sala de operações. Quando estava a iniciar a fase de recuperação com auxílio da fisioterapia, devido aos exercícios que executava, formaram-se na cicatriz alguns quistos, o que me levou novamente à sala de operações, para serem retirados. A recuperação prologou-se por mais de nove meses, todos eles muito difíceis. Após muito sofrimento consegui recuperar, mas nunca mais voltei a jogar futebol, a vida continuou e dediquei-me apenas ao trabalho. LAZER O único desporto que passei a praticar, passou a ser apenas em períodos de lazer, uma vez que abandonei a competição. Comecei a fazer caminhadas, aos domingos na parte da tarde ou à noite nos meses de verão, no parque da cidade, no Porto, e à beira mar. Por vezes, aos domingos de manhã, faço passeios de bicicleta com a família ou amigos. As actividades físicas de lazer são muito boas, porque ajudam a aliviar o stress, exercita o corpo e a mente, e ajudam a prevenir algumas doenças. 53
  • 54. As actividades ao ar livre são extremamente importantes para melhorar a minha qualidade de vida, reconheço que me dão frescura física e mental para ultrapassar as dificuldades que surgem no dia-a- dia, dão-me uma maior capacidade de reacção em determinadas situações que vão acontecendo inesperadamente, tanto na vida privada como na vida profissional, principalmente em situações no trânsito, como no caso das filas que se apresentam hoje e que temos de ser pacientes. Existem muitas outras situações no trânsito que, devido à falta de civismo dos condutores, devemos manter a calma e não responder às provocações que, por vezes, acontecem. ALARGAMENTO DAS INSTALAÇÕES DA MINHA EMPRESA A partir de meados do ano de 2006, alarguei as instalações fabris da minha empresa, com a aquisição de um armazém na zona industrial de Baguim do Monte, com uma área coberta de cerca de 1000 metros, para o fabrico de auto caravanas, reboques bilheteira, dormitórios e reboques bar. Nestas novas instalações, criei melhores condições de trabalho e de segurança para os meus funcionários. O espaço era maior e separei e armazenei os vários materiais perigosos e inflamáveis, em espaços próprios. Também coloquei em todos os locais necessários as sinaléticas que nos informam dos vários perigos existentes. Na minha empresa, ao longo dos últimos anos, sempre tive como prioridade a preocupação com a segurança e bem-estar dos meus funcionários. Distribuo e coloco à sua disposição equipamentos 54
  • 55. individuais e colectivos de segurança, como sapatos de sola e biqueira de aço, protecções para os olhos e ouvidos, luvas, entre outros equipamentos. DIREITOS E DEVERES DOS TRABALHADORES Na minha empresa existe uma preocupação frequente com a consciencialização dos direitos e deveres de todos. Todos os meus trabalhadores têm direito a segurança, higiene e saúde no trabalho; períodos mínimos de descanso; férias remuneradas; igualdade de tratamento; não serem discriminados; e, o direito à greve. Os meus funcionários têm a preocupação de respeitar e tratar com lealdade a entidade patronal. Não fazer negociações por conta própria e em concorrência com a entidade patronal, não divulgam informações relacionadas com a organização, métodos de produção e negócios da empresa. Penso que existem algumas regras fundamentais para o bom funcionamento de uma empresa, nomeadamente a lealdade, o respeito entre colegas e superiores, pontualidade, assiduidade, zelo, responsabilidade, obediência e cumprimento de todas as obrigações e normas previstas nos contratos de trabalho. Em Portugal, ainda há muito por fazer em relação aos direitos e deveres dos trabalhadores. As mentalidades de alguns patrões têm de mudar, porque ainda existem muitas situações de trabalho precário. Alguns trabalhadores oriundos dos países de Leste e de África 55
  • 56. exercerem actividades laborais sem condições de segurança e sem qualquer tipo de direito. No entanto, a classe trabalhadora nem sempre cumpre com os seus principais deveres. Sem querer generalizar, é óbvio que existem trabalhadores que só pensam na hora de saída e no fim do mês. Como se costuma dizer e é típico dos portugueses “Todos querem arranjar um emprego, e não um trabalho.” Na Constituição da República Portuguesa, estão mencionados os direitos fundamentais dos cidadãos portugueses, dos quais destaco o Direito ao Trabalho (Artigo 58º) e os Direitos dos Trabalhadores (Artigo 59º), que passo a identificar. Artigo 58º 1. Todos têm direito ao trabalho. 2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover: a) A execução de políticas de pleno emprego; b) A igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e condições para que não seja vedado ou limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais; c) A formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores. Artigo 59º 56
  • 57. 1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito: a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se o princípio de que para trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna; b) A organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da actividade profissional com a vida familiar; c) A prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde; d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao descanso semanal e a férias periódicas pagas; e) À assistência material, quando involuntariamente se encontrem em situação de desemprego; f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional. 2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho, retribuição e repouso a que os trabalhadores têm direito, nomeadamente: a) O estabelecimento e a actualização do salário mínimo nacional, tendo em conta, entre outros factores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento do custo de vida, o nível de desenvolvimento das forças produtivas, as exigências da estabilidade económica e financeira e a acumulação para o desenvolvimento; 57
  • 58. b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do trabalho; c) A especial protecção do trabalho das mulheres durante a gravidez e após o parto, bem como do trabalho dos menores, dos diminuídos e dos que desempenhem actividades particularmente violentas ou em condições insalubres, tóxicas ou perigosas; d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de centros de repouso e de férias, em cooperação com organizações sociais; e) A protecção das condições de trabalho e a garantia dos benefícios sociais dos trabalhadores emigrantes; f) A protecção das condições de trabalho dos trabalhadores estudantes. 3. Os salários gozam de garantias especiais, nos termos da lei. É do conhecimento público que, em Portugal, a precariedade no trabalho tem vindo a aumentar nos últimos anos, cerca de um quinto da população activa, embora existam muitas outras situações que não são contabilizadas por se enquadrarem no trabalho ilegal ou clandestino. Muitos trabalhadores não têm férias pagas nem outros subsídios e não podem reclamar porque estão a arriscar-se a ficarem sem trabalho. De acordo com informação do Jornal Correio da Manhã, de Abril de 2008, em Portugal existiam pelo menos meio milhão de pessoas que passavam falsos recibos verdes. Estes trabalhadores estão ligados às empresas de forma permanente, apesar de estarem 58
  • 59. colectados como trabalhadores independentes, pois têm horário de trabalho, funções definidas, e obedecem a uma hierarquia. Todos este requisitos que, se a lei fosse cumprida, fariam deles trabalhadores por conta de outrem. O combate à precariedade tem sido reivindicado pelas centrais sindicais. A precariedade laboral afecta sobretudo os jovens, com maior incidência na administração pública e nos serviços, na região do Algarve. Cerca de metade dos jovens até aos 25 anos têm contrato não permanente e as raparigas são as mais afectadas. As situações de trabalho precário incluem os trabalhadores com contrato a termo certo, o trabalho temporário, os recibos verdes e o trabalho não declarado. Este tipo de trabalho, em que o trabalhador não tem qualquer tipo de garantias ou de protecção e em que o patrão e trabalhador não cumprem as suas obrigações fiscais, nem descontam para segurança social, predomina na construção civil e restauração, mas sobretudo nas pequenas empresas. O SALÁRIO O facto de ser patrão fez com que aprendesse qual a constituição do salário dos meus empregados e de todos trabalhadores por conta de outrem. 59
  • 60. As parcelas que constituem o salário de um trabalhador por conta de outrem são: o salário, contribuições para a segurança social e para o IRS, o subsídio de refeição, ajudas de custos, subsídio de férias, entre outros subsídios. O Salário é o rendimento que os trabalhadores recebem em troca do trabalho que despendem no processo produtivo. O salário é o preço pago aos trabalhadores em troca de determinada quantidade de trabalho. Sendo um preço, o salário é estabelecido, tal como qualquer outro preço, no mercado através do encontro entre quem oferece trabalho e quem o procura. O IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) é um imposto directo que incide sobre os rendimentos dos particulares nomeadamente os rendimentos do trabalho (salários e outros) e os rendimentos de capital (juros, rendas, mais-valias, dividendos, etc.). O Subsídio de refeição, também conhecido como subsídio de alimentação, destina-se a compensar os trabalhadores das despesas com a refeição principal do dia em que prestam serviço efectivo durante, pelo menos, 5 horas e não tem natureza retributiva. As Ajudas de custo são um abono que é aplicável quando uma pessoa se ausenta para fora do seu local de trabalho, dentro ou fora de Portugal. A distância tem que ser superior a 5 km do local onde exerce funções, no caso das deslocações diárias (as que se realizam num período de 24 horas), ou superior a 20 km, no caso das deslocações por dias sucessivos (realizam-se por períodos superiores a 24 horas). 60
  • 61. É um valor que se recebe a mais por cada dia que se está fora do local normal de trabalho para se fazer face às despesas acrescidas que tem por estar deslocado (alimentação e alojamento). No que diz respeito ao Subsídio de férias, os trabalhadores têm direito a um período de férias remunerado em cada ano civil e estas referem-se ao trabalho prestado no ano anterior. O direito a férias adquire-se no momento da celebração do contrato e vence-se no dia 1 de Janeiro de cada ano civil. Excepcionalmente, se no ano de admissão, o início do trabalho se verificar no 1º semestre, após um período de 60 dias de trabalho efectivo, o trabalhador tem direito a 8 dias úteis de férias. Se o início do trabalho se verificar no 2º semestre, após 6 meses completos de trabalho efectivo, o trabalhador tem direito a 22 dias úteis de férias, no ano imediato. O trabalhador tem direito à retribuição correspondente ao período de férias, acrescido de subsídio de igual valor, a pagar antes do seu início O montante das Contribuições para a segurança social é calculado pela aplicação da taxa contributiva global sobre as remunerações reais, consideradas base de incidência, do seguinte modo: empregador (contribuinte), 23,75%; e Trabalhador, 11%. Existem algumas diferenças entre os trabalhadores por conta de outrem e os trabalhadores independentes. 61
  • 62. Um trabalhador dependente tem 14 meses de salário por ano, o trabalhador independente, muitas vezes, cobra apenas 11 ou 12 e não tem direito aos subsídios de Férias e Natal. No caso dos trabalhadores dependentes, a entidade empregadora desconta 23,75% do salário para a segurança social, o que não acontece com os trabalhadores independentes, a contribuição é suportada pelo trabalhador. Uma entidade patronal deve obrigatoriamente ter um seguro de acidentes de trabalho para os seus trabalhadores, no entanto, os trabalhadores independentes têm de o possuir e suportar o custo. Em muitos casos é também necessário um seguro de responsabilidade civil. Os custos de formação profissional podem ser significativos para uma entidade empregadora e também existem para profissionais liberais. A existência do posto de trabalho e das ferramentas a ele associadas pode atingir valores muito elevados para a entidade empregadora e também para trabalhadores independentes, nomeadamente a amortização ou arrendamento das instalações e mobiliário, computadores, licenças de software, telefone, fax, electricidade, acesso à Internet, consumíveis e, em alguns casos, carro e telemóvel. 62
  • 63. HIGIENE , SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO NA EMPRESA Desde o ano 1997 que mantenho um contrato com uma empresa de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho (HSST), a INSPECMETRA LDA. Penso que foi uma boa aposta, porque houve uma redução substancial de acidentes e doenças profissionais na empresa. Ao longo dos anos, tem havido uma grande evolução na área da HSST. Recordo-me que no primeiro ano de contrato, as consultas com o médico de trabalho eram uma vez por ano e no consultório, no centro médico da INSPECMETRA LDA, em Valongo. Actualmente, as consultas realizam-se duas vezes por ano e numa unidade móvel que se desloca às empresas, o que é vantajoso para os trabalhadores e para o patrão. Anualmente, também as deslocações dos técnicos para fiscalização são efectuadas várias vezes. A HSST é um direito fundamental dos trabalhadores, a sua aplicação contribui para o aumento da competitividade, mas acima de tudo para a diminuição da sinistralidade entre os trabalhadores. A meu ver, os principais beneficiários das medidas de HSST são as empresas e o país. Penso que deveria ser uma preocupação constante de todos os cidadãos melhorar as condições de trabalho e garantir melhor assistência aos trabalhadores, porque o capital humano é essencial ao desenvolvimento das empresas e das nações. 63
  • 64. O tecido produtivo somente com trabalhadores saudáveis é desenvolvido. Em Portugal, existe legislação que regula todos estes princípios e é aplicável a todos os ramos de actividade. Prevê o n.º 1 do art.º 4º do art. D. Lei 141/91 de 14 de Novembro, a obrigatoriedade de todos os trabalhadores poderem usufruir de um médico do trabalho. No mesmo decreto-lei, o n.º 1 do art. 8º, prevê que a entidade patronal é obrigada a assegurar condições de segurança, higiene e saúde a todos os seus trabalhadores, sem excepção. PREOCUPAÇÕES AMBIENTENTAIS NA EMPRESA O meio ambiente é uma das grandes preocupações na minha empresa. Este tema é abordado em reuniões mensais com todos os nossos colaboradores. Nas reuniões tomamos algumas medidas no sentido de contribuirmos para um meio ambiente saudável, tais como: nomear um funcionário para controlar e fiscalizar todas as acções relacionadas com lixos e resíduos. Preservar o meio ambiente depende dos responsáveis e gestores da empresa, mas sobretudo dos funcionários. Todos os resíduos da empresa são recolhidos por empresas certificadas. Têm sido instalados equipamentos de extracção de fumos e poeiras com filtros, para que não sejam lançados na 64
  • 65. atmosfera os gases resultantes das soldaduras, poeiras de lixar e cortar as madeiras, e os fumos das pinturas. A empresa dispõe de pontos de armazenamento para separar todos os resíduos: os desperdícios de ferro, alumínio, inox, madeiras, papel e plásticos. Também, usamos aparadeiras para evitar o derramamento para o chão dos óleos usados nas montagens e na assistência dos sistemas hidráulicos. A UNIÃO EUROPEIA Portugal pertence à Europa, um continente que tem um grande número de estados. Vários acontecimentos políticos no século XX, deram origem a novas fronteiras na Europa. Tendo em conta a localização geográfica, os países europeus são agrupados em quatro conjuntos: Europa Mediterrânica, Europa Ocidental, Europa Oriental e Europa do Norte. 65
  • 66. Os países europeus têm um grande número de cidades, destacando-se as que são capitais, por aí se localizarem, geralmente, as principais instituições políticas, económicas e sociais. A Segunda Guerra Mundial deixou a Europa muito destruída. Assim, alguns países europeus constituíram organizações essencialmente económicas de entreajuda com destaque para a Comunidade Económica Europeia (CEE). A Comunidade Económica Europeia (CEE) nasceu a 25 de Março de 1957 com a assinatura do Tratado de Roma, por seis países: França, República Federal Alemã, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Em 1993, com o Tratado de Maastricht, a CEE adopta a designação de União Europeia (EU). 66
  • 67. O funcionamento da EU é assegurado por cinco instituições: o Conselho de Ministros, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu o Tribunal Europeu de Justiça e o Tribunal de Contas. Para além destas instituições, existem dois órgãos comunitários de natureza consultiva: o Comité Económico e Social e o Comité das Regiões. No domínio da política económica e monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desempenha um papel importante. PATOLOGIAS A minha mãe foi para mim um exemplo do que é lutar pela vida ao não se deixar vencer facilmente pelas adversidades. O agente causador da sua doença sarcoidose era desconhecido, assim como os seus sintomas e formas de tratamento. Sabia-se que afectava principalmente o sistema respiratório. Devido à raridade e ao pouco conhecimento científico sobre a doença não era possível especificar as suas variáveis ou fazer diagnósticos precisos sobre a patologia. Os médicos afirmavam que a sarcoidose era considerada uma doença rara em Portugal, mas mais frequente nos países africanos, onde predominam pessoas de raça negra. Os tratamentos para a sarcoidose eram, essencialmente, à base de cortisona, substância que a deixava muito debilitada e sem grande esperança de cura. Perante a situação, a minha mãe resolveu recorrer às medicinas alternativas. Numa primeira fase a minha mãe foi a consultas de homeopatia e fez massagens na Ervanária de 67
  • 68. Ermesinde, conjuntamente com a medicação de origem química, prescrita no hospital e a medicação da ervanária, de origem natural, receitada pelo Dr. Álvaro. Mais tarde, começou a frequentar as consultas do Dr. Álvaro, em Viseu, onde existia, para além do consultório, um laboratório de medicamentos naturais. Lentamente, a minha mãe abandonou a medicação tradicional, de origem química, e passou a tomar apenas a medicação natural. Actualmente, posso afirmar que a medicina natural mudou a qualidade de vida da minha mãe, apesar de não a ter curado, porque a sarcoidose é uma doença que não tem cura. Contudo, desde 1992, a minha mãe não é hospitalizada, devido aos medicamentos naturais. Hoje em dia, é acompanhada pelo Dr. Álvaro que, entretanto, abriu um consultório em Braga, onde nos deslocamos mensalmente para consultas de rotina, massagens e comprar medicamentos, ervas e chás. MEDICAMENTOS Ao longo dos anos, e na tentativa de obtenção da cura da doença que tem afectado a vida da minha mãe, directa ou indirectamente, tive que recorrer às medicinas convencionais e alternativas ganhando dessa forma um maior conhecimento de várias doenças e vírus bem como as suas terapias, tratamentos e medicamentos. 68
  • 69. Um medicamento é um produto utilizado para tratar os fenómenos patológicos do homem e do animal. O medicamento pode curar, aliviar, ou prevenir as doenças. Um medicamento pode substituir as substâncias ou os líquidos produzidos pelo organismo ou neutralizar os germes, parasitas ou outros agentes patogénicos. São várias as formas de administração: sólida, semi-sólida, líquida ou gasosa. As formas sólidas podem ser comprimidos, drageias, cápsulas, pós e supositórios. Nas formas semi-sólidas figuram as pomadas, pastas, cremes e gel. Os medicamentos líquidos são as tinturas, as perfusões, as gotas, as soluções em ampolas, xaropes e sprays. Na forma gasosa figuram as inalações. São vários os grupos de fármacos que podem ser utilizados com a finalidade de diminuir a dor, nomeadamente os analgésicos estupefacientes (opiáceos) e os analgésicos antipiréticos e anti- inflamatórios. Dos primeiros destacam-se a morfina e codeína e são muito potentes no alívio de todas as intensidades e origens, mas têm a capacidade de provocar dependência. São várias as doenças que evoluem com dor, febre e inflamação. Assim o grupo dos analgésicos, antipiréticos e anti- inflamatórios, têm nestas doenças o seu campo de aplicação. Um antipirético é um medicamento que previne ou reduz a febre, diminuindo a temperatura corporal que está acima do normal. Os antipiréticos mais comuns em Portugal são a aspirina e o paracetamol. 69
  • 70. Um antibiótico é toda a substância que interfere com a capacidade das bactérias actuarem normalmente. Pode actuar inibindo o seu crescimento ou matar as bactérias. Os antibióticos são usados para tratar infecções bacterianas, que variam desde doenças quase mortais, como a meningite, a problemas comuns como o acne e a amigdalite. No entanto, os antibióticos não servem para curar doenças causadas por vírus, tais como constipações ou gripe. O antibiótico pode agir como bactericida, quando actua eliminando as bactérias, ou, como, bacteriostático, quando interrompe a sua proliferação. Quando as bactérias desenvolvem a capacidade de se defender do efeito de um antibiótico, diz-se que adquiriram resistência aos antibióticos. Ao longo dos anos as bactérias patogénicas, as que causam doenças, tornaram-se resistentes a muitos antibióticos devido ao abuso ou uso incorrecto dos mesmos. Mesmo que uma pessoa se sinta melhor, deverá continuar a tomar o antibiótico exactamente como o médico receitou. Se não terminar o antibiótico, algumas das bactérias perigosas podem não morrer e pode voltar a ficar doente. As bactérias que estão ainda vivas poderão também tornar-se resistentes e fazer com que a infecção se torne mais difícil de tratar. Os antibióticos não são tão eficazes se não forem tomados a horas. Como os medicamentos permanecem no organismo durante um certo período de tempo, devemos tomar cada dose de acordo com 70
  • 71. as instruções do médico. Tomar antibióticos de forma irregular permite que as bactérias se adaptem e se multipliquem, aumentando o problema da resistência aos antibióticos. Nunca devemos tomar o resto de antibióticos guardados, quer sejam de outra pessoa ou nossos. Antibióticos específicos são eficazes no combate a bactérias específicas e é errado pensar que o antibiótico de outra pessoa irá funcionar. Os antibióticos devem sempre ser tomados até ao fim, excepto quando o médico dá instruções para parar. Qualquer resto de medicamento deve ser devolvido à farmácia. I made a phone call to a pharmacy located in Maia: Laurentino: Good Afternoon. Pharmacy: Good Afternoon. Laurentino: My name is Laurentino Barros, I live in Porto and I would like to know if your pharmacy has the medicine Aspegic. Pharmacy: Yes, we have. Laurentino: I need it as soon as possible because it is exhausted in my city. Please send it to me. Pharmacy: We can do this, but we need a fax from you with the request of the product. Laurentino: Ok, I’ll send you the fax. But tell me, how can I do the payment? Pharmacy: At the moment of the delivery you’ll pay. Laurentino: How long do I have to wait for the medicine? 71
  • 72. Pharmacy: Tomorrow morning you’ll have it at home. Laurentino: Thank you, I look forward it. Estas linhas de orientação são importantes porque quando os antibióticos não são usados correctamente, as bactérias fracas são mortas, mas as mais resistentes sobrevivem e multiplicam-se. Estas bactérias resistentes podem causar infecções que são muito difíceis de tratar, o que significa que os antibióticos podem não ser tão eficazes quando são mesmo necessários PSICOFÁRMACOS O grupo dos psicofármacos engloba três grupos de medicamentos: ansiolíticos, sedativos e hipnóticos; psicodepressores e antipsicóticos; e antidepressivos. Os ansiolíticos, sedativos e hipnóticos têm como principal indicação o tratamento da ansiedade e/ou a indução ou manutenção do sono, como por exemplo: Xanax, Lexotan, Tranxene, Valium e Serenal. Os psicodepressores e antipsicóticos são usados no tratamento da esquizofrenia outras psicoses e alterações de comportamento, entre os quais o Socian e o Largactil. Os antidepressivos são medicamentos cuja acção decorre no sistema nervoso central, normalizando o estado do humor, quando se encontra deprimido, o que equivale para o doente a tristeza, a angustia, desinteresse, desmotivação, falta de energia, alterações do 72
  • 73. somo e do apetite, etc. Os medicamentos antidepressivos não actuam quando o estado do humor é normal, distinguindo-se dos psicoestimulantes. São exemplos de antidepressivos o Deprimil e o Prozac. A automedicação é um processo que conduz a que o doente assuma a responsabilidade de melhoria da sua saúde sem recurso à consulta médica. Esta independência do doente permite-lhe resolver situações auto-limitadas e de curta duração. A automedicação tem sido alvo de discussões na União Europeia (UE), tendo havido consenso quanto ao facto de se recomendar apenas para o alívio de sintomas, não excedendo a duração de sete dias (três para o caso de febre), requerendo atenção especial da grávida, mulheres a amamentar, bebés e crianças e ainda contra-indicada quando os sintomas forem graves, persistentes, ou quando houver suspeita de reacções adversas responsáveis pelos mesmos. A lei portuguesa define 41 situações que são passíveis de automedicação, das quais destaco: contracepção de emergência e métodos contraceptivos, dores musculares e de cabeça ligeiras e moderadas, contusões, febre, diarreia, queimaduras de primeiro grau, vómitos, hemorróidas, dores de dentes, tratamento local de varizes, feridas superficiais, irritação ocular, prisão de ventre, azia e endoparasitoses intestinais. Destaco três situações de risco de auto-medicação: 73
  • 74. O Efeito cumulativo, quando uma pessoa consome uma grande quantidade de um determinado remédio por muito tempo. Como por exemplo, o princípio corticóide, encontrado em anti-alérgicos. O medicamento, nesse caso, além de combater o antigene da doença, extermina também as células imunológicas, enfraquecendo o sistema de defesa do organismo; A Sobredosagem, que pode causar intoxicações graves e provocar reacções adversas; A Baixa dosagem, nos antibióticos, por exemplo, uma dosagem menor do que a necessária, em vez de destruir, aumenta a resistência das bactérias e o medicamento deixa de ter efeito. A receita médica não é obrigatória para todos os medicamentos. A obrigatoriedade da receita médica depende da classificação dos medicamentos quanto à dispensa: medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) ou medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM). Em Portugal, o Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de Agosto, com as alterações que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 238/2007, de 19 de Junho, indica quais os medicamentos não sujeitos a receita médica e que podem ser comprados sem a apresentação da receita emitida pelos médicos. Os medicamentos que só podem ser adquiridos com receita médica são-no geralmente porque podem constituir, directa ou indirectamente, um risco, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica. 74
  • 75. Dos medicamentos referidos, apenas os analgésicos não estupefacientes, anti-inflamatórios e antipiréticos não estão sujeitos a receita médica GENÉRICOS Um medicamento genérico é um medicamento com a mesma substância activa, forma farmacêutica e dosagem, e com a mesma indicação que o medicamento original, de marca. Os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, eficácia e segurança, mas a um preço 35% inferior ao medicamento original. O medicamento genérico é mais barato porque os fabricantes de genéricos, ao produzirem medicamentos após ter terminado o período de protecção de patente dos originais, não têm os custos inerentes à investigação e descoberta de novos medicamentos. Assim, podem vender medicamentos genéricos com a mesma qualidade mas a um preço mais baixo do que o medicamento original. Os medicamentos genéricos são identificados pela Denominação Comum Internacional (DCI) das substâncias activas, seguida do nome do titular da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) ou de um nome de fantasia, da dosagem e da forma farmacêutica e da sigla «MG», inserida na embalagem exterior do medicamento. Os medicamentos genéricos são comparticipados com base nos mesmos escalões que os restantes medicamentos, mas têm uma comparticipação 10% superior. 75
  • 76. Os médicos e os farmacêuticos estão informados sobre os benefícios dos medicamentos genéricos, mas cabe-nos a nós, cidadãos, questionarmo-nos sobre a opção de adquirir um genérico. Até porque, caso exista um medicamento genérico para o tratamento do nosso problema de saúde, o resultado está assegurado através dos controlos de produção, qualidade e segurança. De facto, estou convencido de que a opção da utilização de medicamentos genéricos é a melhor escolha. COMPOSIÇÃO DOS MEDICAMENTOS Os medicamentos são compostos por substâncias activas e excipientes. O princípio activo é a substância de estrutura química definida responsável por produzir uma alteração no organismo que pode ser de origem vegetal ou animal. A investigação moderna utiliza sobretudo substâncias activas artificiais, obtidas através de síntese química, técnicas da biotecnologia ou de género genético. Os excipientes são as substâncias que existem nos medicamentos e que completam a massa ou volume especificado. Um excipiente é uma substância inactiva usada como veículo para o princípio activo, assim como para facilitar o seu fabrico, corrigir o sabor e cheiro, etc. ROTULAGEM DOS MEDICAMENTOS A informação que consta da rotulagem dos medicamentos é aprovada pelo INFARMED. Da informação que consta obrigatoriamente da embalagem, destaca-se a seguinte: o nome do 76